segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

CADA MOMENTO É UM NOVO INÍCIO

CADA MOMENTO É UM NOVO INÍCIO

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


A vida não se encerra e nem atinge o seu ápice com algumas vitórias. É preciso ter consciência de que há momentos de conquistas, mas também há momentos de fracassos. Quando alguém conquista algo faz festa. E, tem de ser assim mesmo. Quando há fracassos, há tristeza para alguns, e outros transformam esses momentos em oportunidades para recomeçar. Desta maneira, é que se desenvolve a vida: lamentando as perdas ou iniciando algo novo, diferente. Como diria o jornalista e comunicador Ricardo Boechat: "Toca o barco". Esta expressão simboliza a importância de agir e não ficar passivo, especialmente em momentos de incerteza. Boechat frequentemente usava essa frase para encorajar a coragem e a decisão em situações desafiadoras, enfatizando que não devemos permitir que as dificuldades nos impeçam de seguir em frente.

Há uma verdade silenciosa que Deus sussurra ao coração humano: cada momento é um novo início. Não porque o passado deixe de existir, mas porque o Senhor, em Sua infinita misericórdia, abre janelas de recomeço mesmo quando portas parecem ter sido fechadas para sempre. A vida, na perspectiva divina, não é uma linha contínua e rígida, mas um tecido feito de instantes — e cada instante pode ser renovado pela graça. Deus não espera o amanhã para operar; Ele age agora, no tempo presente, no tempo da oportunidade, no "kairos" (tempo de Deus) que transforma.

Quantas vezes carregamos culpas, fracassos, medos e decisões mal tomadas como se fossem sentenças definitivas? Mas Deus não trabalha com sentenças — Ele trabalha com processos. E nos processos d’Ele, o ontem não define o hoje, e o hoje não aprisiona o amanhã.

A Bíblia testemunha isso repetidamente sobre alguns momentos que marcaram um "novo início". Vejamos alguns exemplos: O filho pródigo encontrou um novo início no instante em que decidiu levantar-se; Pedro recebeu um recomeço na manhã em que Jesus lhe perguntou: “Tu me amas?” e Paulo começou uma nova jornada no mesmo caminho onde antes perseguia os seguidores de Jesus.

Recomeços não precisam de grandes cenários; precisam apenas de um coração disposto. Cada novo dia, cada respiração, cada despertar é uma declaração silenciosa de Deus: “Eu ainda estou fazendo novas todas as coisas.”

Portanto, se algo pesou sobre alguns de nós ontem — deixemos que Deus faça novo. Se alguma área da vida parece adormecida — permitamos que Deus nos desperte. Se um erro insiste em ecoar — permitamos que a voz da graça seja mais alta. Porque o Senhor não nos condena ao passado; Ele nos chama para o próximo passo. E esse passo começa agora, no exato momento em que nós abrimos o coração e cada um pode dizer: “Pai, eis-me aqui. Faz de mim algo novo.”

Por fim, um pensamento para ficar na mente: Que se viva a leveza do entendimento de que, em Deus, cada momento é um novo início — e nenhum começo é pequeno demais quando Ele é quem o inaugura.

domingo, 30 de novembro de 2025

FECHAMENTO E ABERTURA DE CICLOS NA EXISTÊNCIA BIOLÓGICA

FECHAMENTO E ABERTURA DE CICLOS NA EXISTÊNCIA BIOLÓGICA


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor Presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


A vida humana tem um movimento contínuo na terra, que somente termina com a morte. A morte para os cristãos é o fim da vida biológica, e o início de uma nova vida - a vida eterna. A "parusia" ou a segunda vinda de Jesus será determinante para o novo modo de existir. Esse existir será caraterizado não mais pelo mal, mas pelo bem, para aqueles que não rejeitarem o chamado de Jesus; os que acolheram a graça de Deus revelada em seu Filho Amado.

A existência biológica é marcada por um ritmo que não cessa: ciclos se iniciam, se desenvolvem, completam-se e cedem espaço para novos começos. Nada permanece estático. Desde as células que se renovam incessantemente até as estações que governam a terra, tudo na criação pulsa em um dinamismo que revela uma verdade essencial: a vida é feita de encerramentos e de renascimentos. Assim, é necessário observar alguns pontos desse movimento.

1. O fechamento de ciclos: a sabedoria da conclusão

Encerrar um ciclo não significa fracasso; significa maturidade. Assim como a natureza sabe quando uma folha deve cair para que o galho respire e a árvore renove sua força, nós também precisamos reconhecer os momentos em que algo chegou ao fim. Por exemplo: uma fase emocional, um projeto, uma relação, um desejo ou uma forma de pensar.

A biologia nos ensina que não existem perdas, apenas transições. Até o que morre, transforma-se. O fim de um ciclo biológico não é interrupção da vida, mas parte dela. A conclusão saudável é o que impede a estagnação e preserva a vitalidade.

2. Abertura de ciclos: a coragem do novo

Sobre o fechar um ciclo exige-se discernimento, abrir outro exige-se fé. A semente que rompe a terra, o animal que troca sua pele, o organismo que se adapta ao ambiente — todos nos lembram que a vida se expande quando ousamos iniciar algo novo.

A abertura de ciclos é o exercício da confiança. Por exemplo: confiar em novos caminhos, em novas possibilidades, em novas versões de nós mesmos.

Na existência biológica, nenhum organismo sobrevive sem mudança. Assim também nós: a estagnação é contra a própria lógica da vida. Viver é permitir-se começar de novo.

3. O encontro entre fim e começo

O que parece final é, muitas vezes, germinação. O que parece perda é preparação. O que parece vazio é solo fértil. Biologicamente, nunca há vazio absoluto: há espaço reorganizado para que outra forma de vida floresça.

Bíblica e espiritualmente , esse princípio ecoa com ainda mais força: “Eis que faço novas todas as coisas ” (Apocalipse 21:5). Deus conduz nossa existência com a mesma precisão com que governa a criação. Nada se fecha sem propósito. Nada se inicia sem sentido. Cada ciclo é parte de um desenho maior, onde crescimento, maturidade e transformação se entrelaçam.

4. Vivendo com consciência ciclíca ascendente

A sabedoria está em discernir o seguinte: o que precisa ser encerrado com gratidão, o que precisa ser iniciado com coragem e o que precisa apenas ser acolhido no seu tempo de maturação.

Quando entendemos os ciclos da vida, deixamos de lutar contra o fluxo e começamos a caminhar com ele. E nessa caminhada encontramos paz, propósito e alinhamento com o Criador.

sábado, 29 de novembro de 2025

ÂNSIA E CERTEZA DE VITÓRIA ANTECIPADA

ÂNSIA E CERTEZA DE VITÓRIA ANTECIPADA

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ


Há momentos na jornada da vida em que o coração humano pulsa acelerado, tomado por uma ânsia que não nasce do medo, mas da expectativa. É a inquietação daqueles que sabem que Deus está prestes a agir. A alma se agita, não porque duvida do futuro, mas porque pressente que o futuro já foi decidido na existência de cada pessoa. Essa ânsia não paralisa — ela impulsiona. Não confunde — orienta. Não esgota — fortalece. Isto é o que caracteriza os crentes em Cristo Jesus.

A vitória antecipada é um sentimento que brota na vida daqueles que entendem o caráter fiel do Senhor. Eles caminham com a convicção de que o que Deus prometeu já está consumado, mesmo antes de se materializar. A fé não espera a evidência para celebrar; ela celebra enquanto a evidência ainda está viajando em direção ao tempo presente. Por isso, enquanto muitos enxergam apenas o vale, aqueles que têm essa certeza antecipada já estão contemplando o topo do monte, onde a bandeira da vitória será erguida.

A ânsia pela vitória não é ansiedade — é discernimento espiritual. É o Espírito Santo testemunhando ao nosso espírito que algo grandioso está sendo preparado. É como a alvorada que, antes de romper o horizonte, já ilumina o céu com tons de promessa. O coração que aguarda em Deus sente esse brilho antes que o sol apareça. Sabe que a luta pode ser longa, mas a sentença já foi dada pelo Juiz eterno: “Em todas essas coisas somos mais que vencedores” (Romanos 8:37).

A certeza da vitória antecipada nasce da memória dos feitos divinos. Quem já viu Deus abrir mares, derrubar muros, fechar bocas de leões, acalmar tempestades e ressuscitar sonhos, não pode duvidar do que Ele fará novamente. Há uma confiança que se constroi sobre a fidelidade repetida de Deus. É por isso que o verdadeiro vencedor não espera o fim da batalha para cantar — ele canta dentro dela porque sabe quem luta ao seu lado.

A vitória antecipada também é fruto de rendição. Quando entregamos totalmente nossos caminhos ao Senhor, deixamos de lutar para vencer e passamos a lutar porque já vencemos. A diferença é sutil, mas transforma a história. Quem luta para vencer teme perder. Quem luta porque venceu luta em paz. A alma descansa, embora o corpo batalhe. E esse descanso é um testemunho silencioso de que Deus já decretou o desfecho.

Por fim, a ânsia e a certeza da vitória antecipada são marcas de quem já viu, pela fé, o que os olhos ainda não enxergam. São marcas de pessoas que caminham no invisível como se fosse visível, porque confiam naquele que não falha. O mundo chama isso de presunção; o céu chama isso de fé madura.

Se hoje o coração pulsa com essa ânsia, não tente calá-la. Ela é sinal de que Deus está preparando algo extraordinário. Sendo assim, celebremos antes de ver, adoremos antes de vencer, agradeçamos antes de receber. Porque, na economia divina, a vitória não começa no fim — ela começa no coração que crê.


sexta-feira, 28 de novembro de 2025

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.3:1-6

O ADVENTO, segundo o Calendário Cristão é tempo de reflexão, de espera. Deve haver uma preparação, não somente para as comemorações do Natal, mas para a Segunda vinda de Jesus, no sentido de se operar comportamentos que conduzam a um novo modo de existir na história, segundo a vontade de Deus revelada na Sua Palavra.

O texto do Evangelho segundo Lucas 3:1-16 ensina de modo objetivo que o centro da história, o que dá valor e sentido ao processo dos acontecimentos históricos, não é o poder político mundial, Tibério César; não é o poder religioso e político local, palestinense; nem os pontífices de Jerusalém ou os vassalos de Roma. Mas, a Palavra de Deus que chega a João, filho de Zacarias, no deserto (Lucas 1:80).

Enquanto o poder profano parece incidir em dominação, usurpação, traduzido por exploração aos mais fracos e impotentes, A SALVAÇÃO VINDA DE DEUS É UMA CERTEZA PLENA, que muda a vida das pessoas.

O que as pessoas esperavam dos governantes no tempo de João Batista? Cada vez mais, os pobres ficavam mais pobres; os doentes cada vez mais doentes. Os dominadores e exploradores não davam esperança ao povo sofredor.

Foi nessa época, que a Palavra de Deus correu velozmente; chamando no deserto o mensageiro e fazendo-se ressoar no lugar tradicional dos encontros com Deus, para ser enviando ao povo. A missão de João Batista era a de preparar a vinda do Senhor (Lucas 1:16-17,76). A sua mensagem tem uma natureza e um propósito: um convite sério ao arrependimento, à conversão e uma instrução moral.

À Igreja também foi dada essa missão: preparar o mundo para a segunda vinda de Jesus. Preparar as pessoas para o Batismo e fazê-las congregar diante da Mesa dos eleitos, assumindo o mandato cultural, social e religioso estabelecido por Jesus.

ADVENTO é tempo das pessoas assumirem um compromisso com Deus e mudanças radicais: o anúncio profético, que tinha sustentado a esperança dos deportados do século VI a. C., agora ressoa com um timbre novo: “Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; os caminhos tortuosos serão retificados, e os escabrosos, aplanados” (v. 5).

Um novo caminho foi aberto para a próxima vinda do Senhor. O fim da prepotência e de toda a arrogância vai chegar. É tempo de conversão; é tempo de ADVENTO; de preparação para receber o Senhor que vem.

Mas, é preciso identificar que esse tempo apresenta algumas características.
1. TEMPO MARCADO PELA PALAVRA MOTIVADORA DE DEUS

“A Palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias” (v.1). É, portanto uma Palavra que encontra as pessoas no DESERTO, por exemplo. É uma Palavra que motiva às grandes realizações na história: João saiu a pregar por toda a região do Jordão, o arrependimento.

2. TEMPO CARACTERIZADO PELA PREPARAÇÃO PARA SE VIVER INTENSAMENTE OS VALORES DO REINO DE DEUS

É fundamental haver mudança de mente e de coração. É preciso receber um novo coração, de Deus; regenerado, transformado por Jesus. Também, a prática da fraternidade e da justiça, num contexto caótico, e sem esperança para aqueles que estão vivendo sem a verdadeira vida. Assim, é preciso ter as marcas das bem-aventuranças registras em Mateus 5:1-11, que somente tem os que se preparam hoje para viver a vida com Deus.

3. TEMPO CONSTATADO PELA VISÃO DA SALVAÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

Toda a cegueira tem de ser dissipada. A cegueira espiritual, porque o ser humano que somente existe com fundamento em si mesmo, não pode entender as coisas do Espírito de Deus, pois elas se discernem espiritualmente. E, ser espiritual não quer dizer uma pessoa à parte das outras, ou à parte do mundo, mas verdadeiramente na presença de Deus, praticando os valores do Reino de Amor e Paz, no tempo que se chama hoje. Isto é TESTEMUNHO.

É tempo de ADVENTO, no aqui e agora. E, assim, vivamos uma vida de espera por um mundo melhor, onde o mal vai sendo dissipado, sob a bênção de Deus. Quanto mais a mensagem das Boas Novas vai sendo proclamada, mais o mal vai sendo extirpado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

GRATIDÃO GERA SENSO DE HUMANIDADE

GRATIDÃO GERA SENSO DE HUMANIDADE

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


1 Tessalonicenses 5:18 – “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”

Em um mundo marcado por disputas diversificadas, pressa em excesso e individualismo, tornou-se um grande desafio viver a vida que vale à pena ser vivida. Mas, há uma chave espiritual que restaura o coração humano, purifica as intenções e reacende a sensibilidade perdida: a gratidão.

O apóstolo Paulo afirma: “Em tudo dai graças.” Não é um conselho, é uma convocação divina. Não é uma obrigação, porém, um dever. Porque onde há gratidão, nasce humanidade; onde a gratidão se apaga, nasce a dureza, o egoísmo e a desumanização.
Hoje e em todo tempo, a reflexão sobre como a gratidão molda o caráter da pessoa, cria bons relacionamentos e também a forma de olhar o próximo.

O que a gratidão proporciona pode ser compreendido a partir de alguns pontos, como por exemplo, os que seguem, com a finalidade de se refletir cotidianamente.

1. A GRATIDÃO NOS RECONECTA À NOSSA ORIGEM HUMANA

A gratidão não é apenas um sentimento. É um reconhecimento profundo de que não somos autossuficientes. É por esta razão que o apóstolo Paulo ensinou isso numa igreja perseguida por causa da pregação das Boas Novas, para mostrar que o cristão reconhece a presença de Deus mesmo em tempos difíceis.

Quando alguém diz: “Senhor, graças te dou pelo pouco, pelo muito, pela luta e pela vitória”, demonstra-se que a pessoa não no caminho sozinha, pois reconhece a presença de Deus e que a limitação humana é uma realidade.

A gratidão destroi a arrogância, desmonta o orgulho e nos devolve à humildade de criaturas amadas por Deus. Quem agradece, reconhece; e quem reconhece, humaniza.

2. A GRATIDÃO NOS TORNA PESSOAS MAIS SENSÍVEIS AO PRÓXIMO

A gratidão nos abre os olhos para o que realmente importa. Uma pessoa grata percebe algumas facetas na sua existência: os pequenos gestos, as pessoas invisíveis do cotidiano e as bênçãos que passam despercebidas pela multidão apressada.

Quando somos gratos por aquilo que temos, nos tornamos mais compassivos com quem nada tem. A ingratidão, por outro lado, gera um espírito de cobrança, crítica e insatisfação. Mas a gratidão gera empatia. Quem agradece mais, julga menos. Quem agradece mais, ajuda mais.
* Quem agradece mais, sorri mais. Quem agradece mais, valoriza mais a vida. Sendo assim, a gratidão é um exercício contínuo de perceber o outro como humano, imagem de Deus.

3. A GRATIDÃO NOS TRANSFORMA EM INSTRUMENTOS DE DEUS NO MUNDO

A vontade de Deus para nós é clara: “Em tudo dai graças.” Por que? Porque um coração grato se torna portador de paz. Pois, onde chega, acalma. Onde fala, constroi. Onde pisa, abençoa.

O coração grato é portador de esperança., porque vê a mão de Deus em cada detalhe. É também, portador de testemunho, pois mundo está cansado de reclamação. Mas quando alguém agradece em meio à luta, Deus é glorificado.

A gratidão é um ministério silencioso, mas poderoso. Ela evangeliza sem palavras, cura sem remédios, e transforma ambientes sem imposição. Deste modo, pessoas gratas carregam a beleza de Jesus Cristo em seu comportamento.

A gratidão não é consequência; é escolha. Não nasce das circunstâncias, mas da fé. Quando agradecemos nos tornamos mais humanos, mais sensíveis, mais espirituais, mais parecidos com Jesus. Portanto, que Deus nos ajude a viver uma vida onde a gratidão não seja apenas uma palavra dita, mas um estilo de vida praticado.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

"O SILÊNCIO DO LEÃO É MUITO MAIS ATERRORIZANTE DO QUE O DEBOCHE DAS HIENAS"

"O SILÊNCIO DO LEÃO É MUITO MAIS ATERRORIZANTE DO QUE O DEBOCHE DAS HIENAS"


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


A frase em epígrafe, que se toma para o título deste texto, não foi atribuída a uma figura específica. Parece ser uma frase popular ou uma metáfora sem um autor conhecido. É claro que os animais citados agem segundo os seus instintos. As expressões "aterrorizante" e "deboche" fazem parte da linguagem e do pensamento do ser humano, ao transferir seus sentimentos a esses animais. Sendo assim, pode-se refletir sobre o ensinamento da frase em forma de provérbio, para o cotidiano.

Há momentos na vida em que o mal, a injustiça e a arrogância parecem fazer barulho demais. Os zombadores riem, os opositores debocham, os impiedosos se levantam com aparente força. Parecem hienas celebrando uma vitória antecipada. Mas há um princípio espiritual que nunca falha: o silêncio do Leão é mais poderoso do que todo o ruído das hienas.

É preciso considerar para reflexão alguns aspectos interessantes para vida.

1. O barulho das hienas não define a realidade

As hienas vivem do escárnio. Seu poder está no barulho, na confusão, na ameaça coletiva. Da mesma forma, as afrontas do inimigo são sempre barulhentas — críticas, acusações, zombarias, fofocas, injustiças. Mas o barulho das hienas não muda quem o Leão é. As vozes humanas não alteram o trono de Deus. O deboche do ímpio não reescreve o futuro dos justos.

2. O silêncio do Leão é um tempo de observação e julgamento

Quando um leão está silencioso, ele não está ausente — ele está observando. Quando Deus parece em silêncio, Ele não está inerte — Ele está avaliando, preparando, medindo cada passo.
O silêncio de Deus é sempre estratégico. Há silêncio na paciência divina. Há silêncio no tempo da justiça. Há silêncio na formação do caráter. Diante desse silêncio, o barulho do mal nunca anula o silêncio da soberania.

3. Quando o Leão ruge, tudo muda

O rugido do leão vem no tempo certo. E quando Deus age, o que antes parecia grande se torna poeira. O escárnio das hienas se transforma em pavor. Quem ria cai. Quem zombava se cala. Quem parecia forte perde o fôlego. Porque quando o Leão se levanta, Ele não precisa explicar — Ele apenas coloca tudo em seu devido lugar.

4. A pessoa que exerce a sua fé em Deus não teme o deboche — o crente confia no silêncio

O justo não se apavora com as vozes que riem dele. Ele sabe que o silêncio de Deus não é abandono, mas proteção. Não é omissão, é estratégia. Não é derrota, é preparação para a virada.

As hienas riem porque não entendem o silêncio. Zombam porque não conhecem o Leão.
Debocham porque ignoram o tempo da justiça. Mas o Leão — símbolo da realeza, da autoridade e da justiça divina — permanece no controle. E quando Ele ruge, toda risada maldosa se transforma em silêncio absoluto.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

FELIZES OS OLHOS QUE VEEM E OS OUVIDOS QUE OUVEM

FELIZES OS OLHOS QUE VEEM E OS OUVIDOS QUE OUVEM

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


Sobre a temática proposta acima, não tem como destinatários os que não são portadores de deficiências visual e auditiva, mas a todas as pessoas, indiscriminadamente. Os significados de "VER" e "OUVIR", no ensino de Jesus, querem dizer: "RECONHECER, COMPREEENDER"" e "ATENDER, SEGUIR, OBEDECER".

Jesus declara a Seus discípulos em Mateus 13:16: “Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” Essas palavras revelam um grande privilégio espiritual: a capacidade de discernir, entender e acolher a verdade de Deus. Não se trata da visão física ou da audição natural, mas da sensibilidade espiritual que somente o Espírito Santo concede.

Com o objetivo de haver uma compreensão das palavras de Jesus, faz-se necessário o argumento mediante alguns itens indispensáveis. Com isto, não se tem a intenção de afirmar que as palavras de Jesus sejam difíceis de compreendê-las, mas porque a mente humana apresenta falhas que impedem o entendimento dos ensinos para a verdadeira vida. É bom lembrar que o aprendizado para a vida boa, propaga-se por toda a existência. Sendo assim, observemos os seguintes pontos.

1. OLHOS FELIZES PORQUE ENXERGAM ALÉM DO ÓBVIO

Muitos viram Jesus, mas não O enxergaram. Muitos ouviram Suas parábolas, mas não compreenderam. Ver espiritualmente é perceber a presença de Deus na vida, nos fatos, nas Escrituras e nos sinais do Reino. Quem tem esses “olhos bem-aventurados”, porque percebe a mão de Deus onde outros veem apenas coincidência; discerne o certo do errado, mesmo quando tudo parece confuso; enxerga propósito onde outros só enxergam caos. Esta é a visão que nasceu da fé.

2. OUVIDOS FELIZES PORQUE OUVEM A VOZ DE DEUS EM UM MUNDO BARULHENTO

O mundo fala muito alto sobre vários assuntos, e á opiniões, medos, notícias, filosofias...
Mas os discípulos de Cristo conseguem ouvir algo mais profundo: a voz do Bom Pastor. Ouvir espiritualmente significa: acolher a Palavra, e não apenas escutá-la; obedecer, e não apenas entender; discernir a voz de Deus em meio às vozes humanas. Quem tem ouvidos bem-aventurados não se deixa enganar por falsos ensinos, não se afasta por críticas, nem vacila diante das pressões. Ouve e segue o Senhor.

3. OLHOS E OUVIDOS FELIZES PORQUE RECEBEM REVELAÇÃO QUE MUITOS DESEJARAM TER

Jesus afirma que muitos profetas e justos desejaram ver e ouvir o que os seus discípulos estavam vendo e não viram, ouvindo e não ouviram. Todas as pessoas que creem hoje, participam de um privilégio grandioso: conhecem o Messias revelado; têm as Escrituras completas; tem o Espírito que guia em toda verdade; e, veem o Reino avançando e cumprindo profecias. Assim, tais pessoas são espiritualmente ricas, mesmo quando o mundo as considera pobres.

A verdadeira felicidade não está nos olhos que contemplam paisagens ou nos ouvidos que apreciam sons, mas na capacidade espiritual de perceber a verdade de Deus e responder a ela.

Felizes os que veem Cristo nas Escrituras, nas circunstâncias e no próprio coração. Felizes os que ouvem Sua voz e caminham em obediência. Felizes os que recebem do Espírito Santo o discernimento que transforma tudo.

CADA MOMENTO É UM NOVO INÍCIO

CADA MOMENTO É UM NOVO INÍCIO Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ) A ...