quarta-feira, 2 de março de 2022

 A ESPERANÇA DOS HUMILDES

“Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã” (Mateus 15.28).
O que significa ter esperança nos dias de hoje, considerando que há tantas dificuldades que impedem as pessoas de viver a vida, principalmente aquelas pessoas que possuem parcos recursos e também outras que não têm nada com que se manter? Existem tantas privações impostas nos mais diversos segmentos sociais. Eis algumas delas: acesso a emprego, moradia, alimentação adequada para crianças e idosos, saúde e educação para todos, sem exceção. Ainda mais, será que, em nível religioso, também não há discriminação? Quem tem acesso aos templos?
O relato do Evangelho, conforme Mateus 15.21-28, apresenta uma maneira peculiar de denunciar o descaso com as pessoas, principalmente em relação àquelas que estão à margem da sociedade. No tempo de Jesus, as classes sociais desprezadas eram percebidas com nitidez, pelo descaso impetrado tanto pelo Estado, quanto pela religião oficial. Dentre os marginalizados, estavam as mulheres. Principalmente se fossem pobres e estrangeiras. É importante observar que a intervenção dos discípulos de Jesus para que o Mestre pudesse acolher a súplica da mulher pagã, peculiar do Evangelho de Mateus, acentua o dever da comunidade cristã de não fechar a porta aos pagãos, mas aceitá-los se exercitam a fé. Não pode haver fechamento para as pessoas, principalmente se elas querem exercitar o dom da fé outorgada por Deus.
Jesus Cristo veio a este mundo para nos ensinar sobre o verdadeiro entendimento que devemos ter acerca de Deus. Deus é o que ouve o clamor dos aflitos e atende as suas mais prementes necessidades. Mesmo que a missão de Jesus contemple em primeira plana, os perdidos da Casa de Israel (Mateus 15.24), no sentido de “arrumar a casa” para depois abençoar as outras nações, não quer dizer que nesse instante haja fechamento. É preciso entender o cunho metodológico do Evangelho, que na sua íntegra aponta para garantir a todos o direito de vida.
Há esperança para os humildes, os que reconhecem em Jesus Cristo o Filho de Deus que abriu para todos o caminho da salvação. Essa esperança se concretiza na paz real, na vida plenamente vivida e bem realizada ainda hoje. Não importa a naturalidade ou a nacionalidade: a salvação é para aqueles que creem em Jesus. Não importa a religião que se professe, até mesmo a mais primitiva. Jesus, na condição de Senhor e Salvador está para além de qualquer tradição religiosa. Agir com orgulho e ganância, passando por cima dos direitos humanos a troco de múltiplos bens em detrimento do bem-estar dos outros não é da vontade de Deus. Mas, a esperança que o Senhor infunde dentro da alma faz aspirar por um mundo melhor. E aos humildes pertence o reino dos céus.
Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha

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Acesso: Brazil, Rio de Janeiro, 02 de março de 2022.