sexta-feira, 29 de abril de 2022

COMO TRATAR DE UMA PESSOA QUE COMETE PECADO CONTRA NÓS?

Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.

Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.

E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus.

Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.

Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. Mateus 18:15-20

Como tratar de uma pessoa da Igreja que comete um pecado? Deve-se imediatamente extirpá-la do seio comunitário? Deve-se passar despercebido? Qual é, pois, o tratamento? No comentário do teólogo Giuseppe Barbaglio, do Evangelho de Mateus, páginas 281 a 282, encontra-se uma reflexão que concentra em si a interpretação do que Jesus Cristo quer que aconteça na sua Igreja.

A primeira parte do texto de Mateus 15-17 expõe o tríplice expediente de correção de um membro da comunidade eclesial que se tornou um pecador notório. Aqui Mateus inspirou-se em um dito tradicional da fonte “Q” (fonte de pesquisa), presente em Lucas 17.3, que dizia respeito ao dever de perdoar a ofensa do irmão: perdão, originalmente, entendido no sentido incondicional e não subordinado à conversão, como diz o terceiro evangelista.

Mateus transformou o caso do perdão à correção fraterna. Deve-se também a ele a articulação da iniciativa em três momentos, como se praticava na comunidade de Qumran (comunidade que habitava no deserto, próximo ao Mar Morto), da qual ele certamente depende. Imediatamente se nota no texto a frequência do imperativo dirigido ao tu de quem faz parte da comunidade cristã. O dever da correção diz respeito a cada crente. Ninguém pode considerar-se eximido da responsabilidade para com o irmão que caiu em pecado. Trata-se de uma altíssima missão: reconquistar para a Igreja quem se desviou. Para isso, devem-se tentar toda as possibilidades. O tríplice grau de intervenção exprime, exatamente, que não se pode deixar de lado nenhum intento em vista de atingir o objetivo. Em concreto, trata-se de mostrar ao irmão fechado no seu pecado que ele está errado e convencê-lo a retornar sobre seus passos. A primeira moção exige muita reserva, para que ele não seja humilhado. Em um segundo momento, a presença de, pelo menos, duas testemunhas darão mais consistência e peso à tentativa. Em terceira instância, o caso será levado diante de toda a comunidade reunida em assembleia. Somente após a falência deste passo extremo proceder-se-á à excomunhão do réu, expressa numa fórmula de inspiração judaica. Mais que expelir um membro, o gesto de toda a comunidade cristã consiste em ratificar uma estranheza já consumada por aquele que se obstinou no pecado.

Assim, é preciso aprender a se ter uma verdadeira experiência de comunidade, de fraternidade, que procure ajudar os outros a sair do pecado e a retomar o rumo certo. Deve-se fazer todo o possível para restaurar o irmão ou a irmã. Não se deve extirpar as pessoas sem justo juízo e nem deixar o pecado despercebido. Eis uma lição para hoje, àqueles que se esquecem do ensino de Jesus, e tão logo, quando alguém comete uma falha, leva-se aos tribunais, imediatamente.

Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha




sexta-feira, 15 de abril de 2022

“ESTÁ CONSUMADO!”


“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado!
E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (João 19:30)

“Está consumado!” Diante dessas palavras de Jesus na cruz, destaca-se o fato de que o Messias havia agora aperfeiçoado completamente a sua missão messiânica. É a parte mais importante de sua missão, porque foi particularmente em sua morte expiatória que ele demonstrou sua total obediência à vontade do Pai, sendo essa a sua prova mais severa.

Por intermédio de sua missão terminada, e, particularmente, através deste passo dessa árdua missão, ele fez expiação pelo pecado de homens e de mulheres.

A exclamação “Está consumado!” não foi o ofegar de uma vida desgastada, e, sim, a declaração deliberada de uma consciência clara de que a sua grande obra estava terminada, que todos os propósitos de Deus estavam concretizados, e que agora já fora feito tudo quanto era possível ser feito para tornar Deus conhecido dos homens, identificando-se conosco.

Jesus executou os grandes desígnios de Deus Pai Todo-Poderoso. Satisfez as exigências da justiça. Cumpriu tudo quanto foi escrito pelos profetas, e sofreu a malícia mais extrema dos seus adversários. Agora o caminho para o Santo dos Santos se tornou manifesto por meio de seu sangue. Uma consumação tremenda, mas gloriosa. Por intermédio dessa trágica morte, Deus estava se reconciliando com o homem, e o reino dos céus ficava aberto para toda a alma confiante.

Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha





quarta-feira, 6 de abril de 2022

A FONTE DA CONTAMINAÇÃO DO SER HUMANO E A LIBERTAÇÃO PARA UMA NOVA VIDA - CONTINUAÇÃO: OS ADULTÉRIOS

Evangelho segundo Marcos 7.14-23
A lista do que sai de dentro do coração do homem e o contamina, continua. Agora são OS ADULTÉRIOS.
Jesus estava generalizando quanto à maneira como a natureza humana se manifesta. Ela contamina. Assim, Jesus abordou a essência da questão, ou seja, a impureza moral que a impureza cerimonial simboliza.
O que são os adultérios? Adultério (do latim "adulterǐum" é a prática da infidelidade conjugal. Com o tempo, o termo estendeu-se ao sentido de fraudar, falsificar ou trair, adjeta ao verbo ."adulterar".
O adultério, como "ato de se relacionar com terceiro na constância do casamento", é considerado uma grave violação dos deveres conjugais por quase todas as civilizações de quase toda a história, sendo que algumas sociedades puniam gravemente a esposa adúltera e/ou a pessoa com quem praticava o ato, sendo ambos passíveis de morte.
Historicamente e originalmente a prática de adultério é o crime praticado pela esposa em relação ao marido. Hoje em dia, embora tal discriminação não exista mais nas novas leis dos países ocidentais, ou tenha perdido sua eficácia sociológica, na prática do dia a dia a conduta continua a ser vista de forma diferenciada do original conceito.
Seja na ralação conjugal, seja nas relações pessoais, os adultérios saem do coração do homem e são prejudiciais. A melhor atitude tem de ser prévia, um acordo que deve ser atendido. Caso não haja mais competência de ambas as partes, faz-se necessário buscar todos os meios para um viver melhor. A partir do momento em que não há mais sentido para sustentar uma relação, é melhor afastar do que abrasar..
Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha