sábado, 7 de maio de 2022

A SINGULARIDADE DO DOM MATERNO


O dom da maternidade não foi consignado pelo mundo científico, que tem o seu desenvolvimento mais acentuado nos dias de hoje, sob os efeitos da modernidade que teve seu início no Séc. XVII. Nada tem a ver com a febre produzida pelo consumismo, como se fosse algo medido e avaliado pelos bens de consumo que são veiculados pela mídia. O dom da maternidade é envolvido por uma singularidade que marca a natureza feminina. Mesmo que haja mulheres que não procriem, ainda assim, carregam dentro de si um sentimento tão intenso que, ao adotarem uma ou mais crianças, projetam todas as qualidades do dom materno para essa ou demais pessoas.

Infelizmente, a ética desenvolvida pelo gnosticismo (doutrina antibíblica que ensina que a matéria é má e o espírito é bom), remete a uma atitude inversa da sexualidade, no sentido de que se deve evitar a procriação. Sendo assim, o casamento é algo danoso e não pode ser considerado uma bênção, pois, a procriação é em si má, segundo esse pensamento. O casamento, segundo o ensino gnóstico, será tolerado apenas como uma necessidade da fraqueza humana (Serge HUTIN, Les gnostiques, que sais-je? Paris: 1978, pp. 66-70). Sob a orientação gnóstica, a mulher como mãe e esposa foi desconsiderada, passando antes a ser um mal ao mundo. Ensinos como esse tende a não considerar a maternidade com um dom.

O dom da maternidade é divino, conforme ensina a Bíblia (Gênesis 1.27-28; 2.18). A bênção divina sobre o homem e sobre a mulher aparece vinculada com frequência, ao dom da fecundidade (Gênesis 17.16,20; 22.17; 26.12,24; 28.3). Nada neste mundo, desenvolvido por mentes pobres de Deus, pode impedir a atuação da mulher no mundo como mãe, porque a sua natureza foi toda tecida pela graça de Deus, para comportar dentro de si uma outra vida que vem ao mundo.

Neste dia dedicado ao Dia das Mães, agradecemos ao Criador a excelente criação, que fez da mulher um ser que é capaz de suportar outro ser que tem as dimensões e propriedades da perpetuação da humanidade, em comum acordo com o homem. Agindo-se contrário à natureza, certamente os males terão suas consequências em nível antropológico. Mas, por outro lado, o reconhecimento e a gratidão pelo dom da maternidade, neste dia, e em todos os demais dias do ano, configuram-se como uma realidade que envolve algo especial, pois, ser mãe é ser instrumento de Deus.
Que Deus continue, com a sua abundante graça, derramando suas bênçãos sobre todas as mães neste dia, bem como em todo o seguimento da trajetória da humanidade.

Rev. Nelson Célio de Mesquita Rocha