SALVAÇÃO E ÉTICA SOB A ÓTICA MATEANA
- Atentai
noutra parábola. Havia um homem, dono de casa, que plantou uma vinha. Cercou-a
de uma sebe, construiu nela um lagar, edificou-lhe uma torre e arrendou-a
a uns lavradores. Depois, se ausentou do país. Ao tempo da colheita,
enviou os seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe
tocavam. E os lavradores, agarrando os servos, espancaram a um, mataram a
outro e a outro apedrejaram. Enviou ainda outros servos em maior número; e
trataram-nos da mesma sorte. E, por último, enviou-lhes o seu próprio
filho, dizendo: A meu filho respeitarão. Mas os lavradores, vendo o filho,
disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo e
apoderemo-nos da sua herança. E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e
o mataram. Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles
lavradores? Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente a estes malvados e
arrendará a vinha a outros lavradores que lhe remetam os frutos nos seus
devidos tempos. Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra
que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos? (Mateus
21:33-42)
Qual
é a relação que existe entre salvação e ética na parábola acima narrada por
Mateus?
Em
primeiro lugar é preciso que se entenda o significado de “salvação”. Depois, o
significado de “ética”.
Em
último lugar, deve-se relacionar e aplicar, são somente na exposição teórica,
mas na prática do cotidiano.
A
“salvação” significa toda a obra de Deus em Cristo Jesus, nos reconciliando
consigo, e indo às últimas consequências para nos conferir o livramento da
condenação imposta pelo pecado.
Quanto
à “ética”, significa a conduta daqueles que são salvos. Na língua grega “ethos”,
traduz-se por “costume, disposição, uso, regra”. Sendo assim, a ética é a
conduta do indivíduo salvo, quer individual ou coletivamente.
Ao
verificarmos o texto neotestamentário, percebemos a ética de Jesus, demonstrada
através de seu ensino. Desta forma ele diz: “Atentai noutra parábola” (v. 33).
Jesus foi mais do que um simples mestre, porém, um mestre vindo da parte de
Deus. Jesus ensinava com autoridade, eficácia, habilidade, métodos e conteúdo
riquíssimos. O seu ensino estava em sintonia com sua vida e conduta. Assim,
seus ensinos compõem a tradição viva da Lei Divina, que exige dos que são
salvos um olhar para Jesus de Nazaré, através da luz refletida na Ressurreição,
isto é, na experiência de fé.
Qual
é o significado da parábola? A morte do filho enviado como tentativa do proprietário
para obter os frutos do sítio, é a chave de leitura do relato. Jesus pretendeu
prenunciar seu fim trágico, prefigurando no filho assassinado seu próprio
destino. Manifestou, também, a clara consciência de ser o enviado do Pai e
indicou a terrível responsabilidade dos judeus daquela época, prontos a justifica-lo.
A parábola desvela discretamente o mistério da pessoa de Jesus e a sua missão.
Enviado por Deus por Deus como a última e definitiva tentativa possibilidade de
salvação para Israel, é rejeitado e levado à morte por um povo incrédulo. Ele é
um messias jurado de morte.
A
conduta dos judeus do tempo de Jesus, principalmente da liderança religiosa,
não condizia com a ética do Reino de Deus. Eles rejeitaram a Jesus e também os
seus ensinos. Eles crucificaram o Filho de Deus, juntamente com os romanos. O
significado é claro: o proprietário da vinha é Deus; os servos são os profetas;
o Filho é Jesus; os lavradores são os judeus que se opuseram a Jesus; a morte é
a crucificação; e a remoção dos lavradores é a transferência do Reino para um novo
povo de Deus, que inclui os gentios.
O
que podemos aprender para hoje, sobre o ensino da parábola?
SALVAÇÃO
E ÉTICA SE TRADUZEM NA ACEITAÇÃO DA MISSÃO DE JESUS COMO ENVIADO DO PAI.
No
Antigo Testamento os profetas, que foram os enviados de Deus, falaram e sofreram
nas mãos do antigo povo de Israel. Foram espancados, presos e degolados pela rejeição.
Esta era a sorte dos profetas. Nenhum deles foi aplaudido pela pregação que
realizavam.
No
Novo Testamento há o registro da rejeição de João Batista, o arauto, e depois
rejeitaram a Jesus, o Filho de Deus. A sua missão era a de restaurar o povo,
mas não houve aceitação.
SALVAÇÃO
E ÉTICA IMPLICAM NA OBSERVÂNCIA DO ENSINO DE JESUS QUE CONVIDA À PRÁTICA.
Os
fariseus, saduceus e escribas diziam que conheciam a Deus, mas não praticavam a
Lei Divina.
Quem
ensina deve praticar. Praticando o ensino do Mestre haverá uma conduta sem
dolo. Assim, a segurança dos salvos tem de estar jungida à ética de Jesus.
SALVAÇÃO
E ÉTICA SÃO MARCAS EVIDENTES DA MISSÃO DOS SALVOS, HOJE, EM CONTINUIDADE AO
MINISTÉRIO DE JESUS.
A
Igreja é denominada no Novo Testamento como o corpo de Cristo na terra, no
mundo. Ela é a própria missão de Deus na existência humana de todas as eras.
Uma
pergunta: como a Igreja tem continuado a missão de Jesus? É claro, todos
pecamos ou falhamos. Mas, se existe uma permanente falha na missão da Igreja,
na sua conduta de vida, faz-se necessário parar e repensar na caminhada. O
esquecimento dos ensinos de Jesus faz que os salvos se desviem de sua missão.
A
conduta dos filhos e filhas de Deus está fundamentada na vida e obra de Jesus
de Nazaré.
Hoje
e em todo o tempo de nossa existência, urge que continuemos a obra de Deus, pois
é gratificante servir com alegria a quem se entregou por nós, dando-nos a
verdadeira vida.
Rev.
Nelson Celio de Mesquita Rocha