segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Ansiedade que fere e mata. Como vencê-la?

 

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Ansiedade que fere e mata. Como vencê-la?


Texto Bíblico: Mateus 6.24-34

A ansiedade é uma forma de adoração a “mamon” (às coisas), porque demonstra falta de confiança em Deus.
Aqueles que se deixam vencer pela ansiedade, demonstram que estão servindo a dois senhores.
Três senhores se constituem o enfoque principal na existência de muitas pessoas hoje: sexo, dinheiro e fama.

“Não andeis ansiosos” É o que diz Jesus. Essa expressão vem de um termo grego que significa “distrair”.
A ideia básica é que a mente procura seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e certa dose de sofrimento.
A mente começa a admitir o pensamento inferioridade que a vida consiste apenas em “comer”, “beber” e “vestir-se”.
Na didática de Jesus quem toma essa atitude torna-se discípulo de “mamon”. Não pode ser discípulo do reino, porquanto perdeu a confiança no Rei, em Deus.
O indivíduo que principia pela ansiedade, desenvolve a avareza, e logo gasta a vida inteira em favor do deus ”mamon”.
Agir assim é agir de modo primitivo: rebaixando a vida; colocando-a abaixo dos animais irracionais. Logo, a ansiedade é a existência de um desenvolvimento espiritual insuficiente.
“Pela vossa vida” – Vocábulo “psyche” – Alma. Jesus falou neste ponto da vida do ser humano em seu sentido total, incluindo a ideia do ser humano ser muito mais que o corpo.
Esta vida deve ser orientada pelos princípios do Reino de Deus. Deve levar em conta o seu destino e utilização, pois, o ser humano é mais do que um mero animal. Jesus falou sobre a ansiedade porque o ser humano tem a obrigação de aprender a confiar em Deus que o criou; ele deve saber que a ansiedade dá cabo da vida sem pena alguma.

Ansiedade que fere e mata

1. Surge o desejo de ter sem se importar com o ser.
A palavra de Jesus nos diz que a preocupação do ser humano é possuir; é ter.
Quanto mais se corre atrás das coisas, mais tensão e mais ansiedade...
Disse Jesus: “... A vida de uma pessoa não consiste na abundância de bens que possui” (Lucas 12.15).

2. O ser é o que deve se destacar face ao seu valor.
“Não valeis vós muito mais do que as aves?” – O valor do ser é incalculável.
Deus exerce o seu cuidado para com a sua criação porque valoriza o ser.
O ser não pode ser desvalorizado e o ter em alta, pois é declive certo.

3. O ser só será o que deve ser quando estiver centrado em Deus
“Buscai... em primeiro lugar... O seu reino e a sua justiça...” – Prioridade.
Jesus só permite uma busca, uma ansiedade, uma forte expressão de desejo; um exercício da alma – aquilo que diz respeito ao Reino de Deus e à sua justiça.
O espírito de ansiedade é inútil por si mesmo, e só acrescenta mais sofrimento e dor ao “mal” que já existe na vida humana.

Diante do exposto, em breves palavras, consideremos o que nos ensina Jesus em sua Palavra. Paremos para refletir no texto proposto que se encontra na Bíblia, no Novo Testamento (Mateus 6.24-34). Deixemos que suas palavras se internalizem no mais íntimo da alma.
Esta proposta serve para mim e para todos os que lerem este texto, pois os dias de hoje são marcados pela correria, pela busca demasiada pelo ter. O ser parece que nada vale. Viveu, morreu e acabou? Depois, ninguém jamais se lembra. Mas, Deus é o nosso amigo e ele cuida de nós, ainda que as pessoas nos desprezem, quando mais precisamos.

Não esqueçamos: a ansiedade desmedida, fere e mata.

Rev. Nelson Célio de Mesquita Rocha

domingo, 26 de fevereiro de 2023

CALMA! ESPERA EM DEUS

 


CALMA! ESPERA EM DEUS[1]

Salmo 131

Rev. Nelson Célio de Mesquita Rocha

INTRODUÇÃO

·      O desejo (querer, vontade) pode ser como uma criança. O desejo é necessitado e                   caprichoso, fraco e exigente, inquieto e sem juízo.

·      Cabe à pessoa – homem ou mulher – dominar e serenar o seu desejo, sem anulá-lo, com juízo e compreensão. Porque o desejo é insaciável, sempre pede mais e pode arrastar e precipitar a pessoa.


EXPLICAÇÃO


·       O salmo 131 demonstra a consciência por implicação de uma atitude de infância madura.

·     O salmista olha para si, a partir de dentro, e comunica ao Senhor aquilo que descobre. O seu desejo é capaz de ter controle, porque passou a existir uma lucidez e honestidade diante de Deus. Não há autoengano e nem repressão, bem como também não há sublimação do desejo.

·   O salmista ora a Deus dizendo “Fiz calar e sossegar a minha alma” (desejo), (v.2). Ele utiliza a metáfora da criança desmamada. Ela está alimentada, mas precisa de cuidado constante.

·    Deste modo, o salmista transfere essa oração para a coletividade de Israel – o povo de Deus – Calma irmãos! “Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre” (v.3).

 

1.    O SALMISTA COLOCA TUDO NA ESFERA DA ORAÇÃO DIANTE DE DEUS (v 1)


a.    Ele faz menção da soberba que provoca a ruina da vida.

b. O desejo descontrolado pode levar a pessoa a fazer coisas que atraem o mal em todas as suas dimensões.

c.     Procurar grandes coisas e maravilhosas aos olhos é altivez.

d.   Os olhos orgulhosos serão humilhados; toda a arrogância humana será dobrada, e o nome de Deus será exaltado (Pv 16.18-19; 30.13).

e.    Por isso é preciso orar ao Senhor por um avivamento pessoal.

 

2. O SALMISTA FAZ A SUA CONFISSÃO DIANTE DE DEUS QUE NÃO SE DEIXA ENGANAR


a. O salmista sabe que Deus é onisciente, pois este é um atributo incomunicável da Divindade. Deus conhece e sabe de todas as coisas.

b.    Somente Deus conhece os nossos desejos mais íntimos. Pode-se até viver de aparências, mas Deus sonda o mais secreto da alma (Sl 139.1-2).

c.   É preciso confessar os nossos pecados ao Senhor, pedir o seu perdão e receber a sua graça, a fim de vivermos uma vida mais calma.

 

3. O SALMISTA FAZ UM APELO AO POVO PARA AQUIETAR O SEU CORAÇÃO E CONFIAR NO SENHOR


a.    “Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre” (v. 3).

b.    Ao aplicar o ensinamento a Israel, a experiência individual se faz comunitária e propõe questões graves.

c.     Israel não deveria aspirar a ser grande império, econômico, político e militar.

d.    É a humildade virtude do indivíduo e não da comunidade? O orgulho nacional pode ser compatível com a confiança no Senhor?

e.    O avivamento chega na calmaria e não em meio aos anseios altivos da alma.

 

CONCLUSÃO


·     Calma! Espera em Deus. Ele age na nossa vida pessoal e coletiva. Mas é preciso agir com maturidade.

·    É preciso colocar tudo em oração diante do Deus que é onisciente; aquietar o coração e não se deixar dominar pelos desejos que contrariam a vontade de Deus e faz que a vida se transforme em um caos.

·      É tempo de buscar o avivamento pessoal e comunitário.



[1] ROCHA, N.C.M. Calma! Espera em Deus. Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2023.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

VIRTUDES E PRÁTICAS DA IGREJA DE CRISTO

 


TEMA: VIRTUDES E PRÁTICAS DA IGREJA DE CRISTO [1]

Texto Bíblico: Romanos 12.9-21

INTRODUÇÃO

  • A Igreja é o Corpo de Cristo. É composta de todos os remidos pelo sangue do Cordeiro. Logo, deve a Igreja agir condignamente, através da sua própria razão e natureza, de ser e de existir no mundo, com suas virtudes e práticas, fundamentadas na Palavra de Deus.
  • A Igreja forma o povo de Deus na terra e tem por objetivo edificar a vida das pessoas de todos os lugares e de todos os tempos, sendo instrumento de Deus.

EXPLICAÇÃO

  • O texto bíblico da Epístola de Paulo aos Romanos, apresenta o quadro de uma Igreja que deve desenvolver as virtudes e práticas ensinadas por Deus em sua Palavra.
  • Há qualidades que o povo de Deus deve trazer em seu bojo, obedecendo aos parâmetros da única regra de fé e prática que é a sacrossanta Palavra de Deus, e portanto, causará, sem dúvidas, impacto profundo na sociedade.
  • O apóstolo Paulo ao registrar a Sabedoria do Espírito Santo, veementemente expõe com precisão “Qualidades do caráter da Igreja”, para que a mesma possa crescer em graça diante de Deus e dos homens.

 

Vejamos o que é necessário, segundo o ensino bíblico, para que a Igreja cresça e se torne uma bênção para o Reino de Deus:

 

1 –  A PRÁTICA DO AMOR SEM HIPOCRISIA (9, 10)

·       Deus não quer um amor falso, hipócrita. O amor deve ser praticado em favor do próximo, do contrário Deus não pode aceitar qualquer ato, mesmo que seja em nome do amor.

 2 – O APEGO AO BEM REPUDIANDO O MAL (9)

·       É preciso detestar o mal sob quaisquer pretextos. O contrário da prática cotidiana é o apego ao bem, que é Deus e sua Palavra.

 3 – O FERVOR ESPIRITUAL NO SERVIÇO DO SENHOR (11)

·    Nós não devemos ser remissos (relaxados) no serviço do Senhor, pois ele fez tudo para tivéssemos o melhor: a salvação, “Fervor espiritual” é o zelo que temos para como o serviço de Deus.

 4. - A PRÁTICA DA ESPERANÇA COM ALEGRIA (12)

·   “Regozijai-vos na esperança” é a ordem da Palavra de Deus. Deus não quer que tenhamos uma esperança em reclamação, duvidando do seu poder.

 5 – O EXERCÍCIO DA PACIÊNCIA NA TRIBULAÇÃO (12)

·        Às vezes é difícil suportar as tribulações, mas é preciso confiar na graça divina. O Senhor é quem nos dá o escape. As tribulações não são maiores que o nosso Deus.

 6 – A PRÁTICA DA ORAÇÃO PERSEVERANTE (12)

·         É preciso orar sempre e nunca esmorecer. Muito pode a oração do justo.

 7 – A ASSISTÊNCIA SOCIAL E A HOSPITALIDADE (13)

·      “Compartilhar a necessidade dos santos” é poder ajudar as pessoas que precisam. A hospitalidade é o acolhimento que os santos dão às pessoas que passam por dificuldades.

 8 – A PRÁTICA DE ABENÇOAR E NÃO AMALDIÇOAR (14)

·        É muito fácil dizer palavras ruins quando alguém nos perturba. Logo, procuramos xingar ao invés de entrega nas mãos de Deus as nossas palavras.

 9 – A INTERAÇÃO E A SIMPATIA COM OS QUE SOFREM (15)

·      “Alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram”, faz parte da missão do Filho de Deus, quando esteve entre as pessoas.

10 – O EXERCÍCIO DA HUMILDADE (16)

·        Ser humilde é viver como Jesus viveu. É preciso considerar o valor que os outros têm, reconhecendo as suas virtudes, pois todos são importantes.

 11 – O VIVER EM PAZ COM TODAS AS PESSOAS (18)

·       A Paz é um dos grandes temas do Reino de Deus. Faz parte do projeto de Jesus Cristo. “Se possível, quanto depender de vós...” Todo o esforço para a paz.

 12 – A AUSÊNCIA DE VINGANÇA (19, 20)

·         Deus é Deus de justiça, por isso nada de vingança. A vingança é a paga do mal pelo mal.

 13 – TRIUNFAR SOBRE O MAL ATRAVÉS DO BEM (21)

·     O mal não tem mais força que o Sumo Bem que é Deus, o nosso amigo. Onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus.



[1] ROCHA, Nelson Celio de Mesquita. Virtudes e práticas da Igreja de Cristo. Cordeiro, RJ, 27 de novembro de 1994. Adaptações feitas em Rio de Janeiro, 05.02.2003. O Título inicial era “Qualidades do Caráter da Igreja”.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

SÚPLICA INTENSA PELA MISERICÓRDIA DE DEUS

 


SÚPLICA INTENSA PELA MISERICÓRDIA DE DEUS [1]

Texto Bíblico: Salmo 6

 INTRODUÇÃO

Ø    Diante das dificuldades existências da vida humana, a quem recorrer para ser atendido? Muitas vezes a ajuda de quem parece estar próximo a nós não chega. As dores vão se intensificando, e a demora parece uma eternidade.

EXPLICAÇÃO

Ø     O Salmo 6 apresenta uma súplica individual, em concreto, de um homem doente em estado grave. Há a descrição do sofrimento e do perigo. Mas, por outro lado há a expressão de confiança.

Ø   Este salmo está classificado entre os sete salmos penitenciais (6, 32, 38, 51, 102, 130 e 143). Penitência significa: Arrependimento; sentimento de remorso ou de culpa por uma falha, ofensa ou pelos pecados cometidos.

Ø  Na experiência do que faz a oração entram: a enfermidade com seus sofrimentos, a angústia interior e o temor da morte, a consciência de uma hostilidade perversa, a consciência do pecado.

Ø   As relações que existem entre esses fatores permitem fazer uma reflexão sobre o conteúdo do salmo.

1.   UMA SÚPLICA A DEUS, DE QUEM SOFRE DORES NA ALMA E NO CORPO (vv. 2,3,7,8)

A.      Aqui estão a consciência interior e as condições sociais do ser humano.

B.    Rodeado de hostilidade, encerrado em sua dor, penetrado pela angústia, só encontra saída em direção ao Senhor.

C.   O salmista invoca oito vezes e suplica a misericórdia de Deus. Ele não tem para onde ir e nem para quem buscar o socorro, a não ser em Deus.

D.  Transparecem as dores intensas, tanto na alma quanto no corpo. Até mesmo os inimigos atormentam a vida do homem em dores.

2.      UMA SÚPLICA A DEUS DE QUEM NÃO SE ACOMODA DIANTE DA   MORTE (v.5)

A.    A morte está explícita no versículo 5, e o pecado no versículo 2.

B. Dor e enfermidade são adiantamentos da morte. São inimigos do corpo e instalados nele. Instalados também na consciência. A morte se antecipa na consciência, toma posse dela. E, assim se aprofunda e intensifica a dor. É como se a morte intimasse o enfermo.

C. O salmista está também consciente de uma relação entre enfermidade e culpa. Na dor se manifesta à consciência o pecado como causa.

D.  Essa enfermidade é entendida como uma disciplina didática de Deus, buscando o bem do culpado. É na dor que a pessoa pode reconhecer a sua culpa, o seu pecado.

E.    Por isso o salmista percebendo a sua situação de pecador, não se acomoda diante da morte, pois muito custa ao Senhor a morte dos seus santos (Salmo 116.15).

3. UMA SÚPLICA QUE FOI OUVIDA E ANTENDIDA PELO DEUS MISERICORDIOSO (vv.8,9)

A.  No versículo 4 o salmista suplica: “Volta-te, Senhor, põe a salvo minha vida, salva-me por tua misericórdia”.

B.   Curar é salvar a vida, que se acha em jogo com a presença da enfermidade. Em Jr 17.14 há um pedido por cura: “Cura-me e ficarei curado, salva-me e serei salvo”.

C.   No Novo Testamento se pode dizer de uma cura “tua fé te salvou” (Mc 10.52).

D. O salmista reconhece logo que o Senhor escutou sua petição. A fé foi colocada em ação na situação penitencial. O Senhor é Deus de misericórdia.

CONCLUSÃO

Ø Todos nós passamos ou passaremos pelas dificuldades e enfermidades e até mesmo pelas perseguições dos inimigos. Mas, quando se faz a oração ao Deus que é misericordioso, uma vez tendo o reconhecimento do nosso pecado, e sabendo que Deus está nos aprimorando, em fé, há a cura, por causa do Deus que é todo misericórdia.



[1] ROCHA, Nelson Celio de Mesquita. Rio de Janeiro, 10/02/2023.