sábado, 12 de março de 2022

O AMOR NÃO TEM LIMITES

“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo.  Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lucas 6.35)

 

A linguagem do presente tempo é bem diferente da que Jesus Cristo utilizou para ensinar sobre o verdadeiro amor que não tem limites. As pessoas quando pensam em amor, entendem como sendo o amor erótico ou sexual. Mas, que tipo de amor sem limites é esse do qual ensina Jesus em sua Palavra? Quais devem ser as suas implicações na esfera da existência humana?

A ordem de Deus é “Amai”. A conjugação do verbo está no imperativo que é coletivo, referindo-se à comunidade. Assim, constitui-se uma ordem, um mandamento. O amor é mandamento divino. Deixar de cumprir essa ordem é não experimentar o melhor da vida. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1 João 4.8).

O amor vai além do sentimento. O amor é algo que se pratica em favor do outro. Para se exercer o amor é necessário a existência desse outro. O amor não apenas se condoi, mas constroi. Amar é fazer. O verbo fazer denota dinâmica, ação, movimento. “Fazei o bem e emprestai...” é o que faz parte da composição dinâmica e da natureza do amor. O que é concomitante, encontra a ação dinâmica operando sem almejar o retorno dentro de condicionamentos impostos por quem realiza a ação: “...sem esperar nenhuma paga...” Quem pode amar assim, sabe viver e conviver no mundo.

O amor é sem limites. Será que devo amar somente a quem me ama? Fazer o bem a quem me faz o bem? Não. O amor vai além: até aos inimigos. Parece estranho este ensino bíblico, mas é assim mesmo que se deve agir. É difícil, porém não é impossível. Rinaldo Fabris, em seu comentário de Lucas diz que “O insulto pessoal, a bofetada, a injustiça e o vexame, a violência injusta, como a rapina e o enredo fraudulento, não afastam o discípulo da firme resolução de um amor fiel (FABRIS, R. Os evangelhos (II). O Evangelho de Lucas. São Paulo: Loyola, 1992. Página 77).

O amor é a melhor arma contra a violência. Este é o ideal evangélico que todo cristão deve ter como princípio de vida. Os homens elaboram sistemas fundamentados na lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente”. Tornam-se mais violentos e perdem o sentido da vida. Mas, o amor é a base do ensino de Jesus Cristo, o melhor ensino, pois marca a melhor maneira de viver. Esse amor é desinteressado e gratuito. Encontra sua objetividade no perdão e na generosidade, propondo uma nova maneira de ser e de agir. Tudo isto, para uma sociedade bem ajustada pelo amor que é sem limites.

Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha