terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 O SIGNIFICADO DA GUERRA E O EMPENHO PELA VERDADEIRA PAZ

“E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mateus 24:6-8).
Fiquei refletindo nas palavras de um certo colega de trabalho dirigidas a mim: “Vou entrar com os dois pés sobre você! ”. “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras ...”. Estas são as palavras de Jesus, segundo o evangelho de Mateus, a respeito de uma temática escatológica que tem muito a ver com aqueles a quem interessam as guerras. Guerras interessam a chefes de Estado, a grupos e a pessoas providas de falsa segurança. Guerras, certamente, aconteceram, estão acontecendo e acontecerão, mas não têm nada a ver com o fim de todas as coisas, nem com o fim do mundo. Guerras acontecem não por força do destino, mas por consequências causadas por motivações políticas e interesseiras. Guerras fazem parte de reinos que nada têm em relação ao Reino de Jesus. Qual o significado ou o espelho das guerras?
Em sua obra “A Arte da Guerra” Sun Tzu (cerca de 320 a 400 a.C.), abordou o surgimento da guerra verdadeira na China. A teoria da guerra nasceu praticamente com a guerra verdadeira. A arte da guerra é de vital importância para o Estado. É a província da vida ou da morte; o caminho à segurança ou à ruína. Desta maneira é um objeto que não pode deixar de ser investigado. No sistema de Sun Tzu, o recurso às armas devia fazer parte de um programa mais amplo pelo qual o inimigo seria politicamente atingido, antes de ser militarmente abatido.
Segundo o sociólogo Demétrio Magnoli (Cf. A História das Guerras, Org. São Paulo: Editora Contexto, 2006), a guerra apresenta algumas características impactantes. Primeira - A guerra é um fenômeno total. Tem repercussões duradouras sobre a organização política, econômica e social dos povos e das nações. Segunda – A história das guerras é uma história de alteridades. Cada guerra é um fenômeno único, singular e irredutível. As guerras dialogam com as outras, acontecidas mesmo em passados distantes. Uma guerra serve de inspiração para outra, e assim por diante. Terceira – A história das guerras é uma história de técnicas. Os hábeis flecheiros de Gêngis Khan são contemporâneos dos exímios arqueiros turcos, por exemplo. Quarta e última – A história das guerras é a história do gênio humano aplicado à destruição.
O que está acontecendo hoje, no momento em que a tecnologia sobressai intensamente? A Rússia quer continuar sendo mandatária do gás na Europa. Os Estados Unidos querem manter o Dólar em alta e vender suas potentes armas e a Ucrânia com sua baixa economia quer se firmar internamente com sua tentativa de se defender a qualquer preço. As notícias estão sobrando nos meios de comunicações acerca deste assunto.
Os seguidores de Jesus Cristo se empenham pela promoção da Paz. “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). Os discípulos de Jesus não são pela guerra ou em favor da destruição. As palavras do salmista devem ser as dos discípulos de Jesus: “Já há tempo de mais que habito com os que odeiam a paz. Sou pela paz; quando, porém, eu falo, eles teimam pela guerra” (Salmo 120.6-7).
Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha


Imagem: Superinteressante
Qual foi a guerra mais longa da história?
Acesso: Brazil, Rio de Janeiro, 22/02/2022