segunda-feira, 7 de março de 2022

ESTRUTURAS QUE SUSTENTAM A MISSÃO DA IGREJA 

Lucas 24.36-48

Jesus, sendo verdadeiramente humano, conviveu com os seus discípulos na caminhada, muitas vezes marcada pelas adversidades humilhantes. A pior humilhação foi a sua morte violenta, impetrada pelos mandatários dos poderes político e religioso.  Mas, é sublime o fato de a morte não conter a vida de Jesus, uma vez que ele ressuscitou, abrindo a via do acesso definitivo à verdadeira liberdade. Mesmo em face de suas afirmações aos discípulos acerca desse fato inaudito, a ideia que se tem no Evangelho é tão somente de medo e de perturbação, após a morte do Senhor. As dúvidas provenientes do racionar grego induziam os discípulos através da falácia docética do espírito sem um corpo. A questão que atravessa o íntimo dos primeiros discípulos era se Jesus tinha mesmo ressuscitado num corpo. Isso trazia sérias dificuldades à missão da Igreja primeva.

Jesus, então, apareceu aos discípulos num momento de medo e perturbação. Ele se apresentou vivo, em pessoa, não podendo haver nenhuma confusão sobre a sua presença. Ele mesmo disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que em tenho” (Lucas 24.39). Assim, pode-se perceber a estrutura que sustém a missão da Igreja que é identificada mediante três pontos fundamentais, segundo o relato do Evangelho de Lucas 24.36-49:

O primeiro trata do ponto de referência da vida cristã: Jesus Cristo ressureto. Este é o núcleo paradigmático do querigma: Jesus Cristo morto e ressuscitado. A Igreja primitiva fazia a releitura da Escritura veterostestamentária sob a ótica da chave cristológica. Jesus Cristo vive e caminha com o seu povo.

O segundo se refere ao ensino de Jesus acerca do projeto salvífico de Deus. É um ensino eficaz que atinge o ser de forma integral, constituindo-se fundamento inabalável da proclamação eclesial. Essa realização memorável desse grandioso projeto não pode prescindir da vida, obra e ressurreição de Jesus.

O terceiro se subscreve pela missão confiada à Igreja: o anúncio da salvação aos homens e às mulheres. Diz respeito ao destino da humanidade, de todos os tempos, no sentido da uma operação de uma mudança na história humana, pela saída do passado de fatalismo e medo, que geram violência, escravidão e injustiça.

Aí estão três fulcros basilares de sustentação da comunidade de fé, em todos os tempos e momentos históricos. Então, se existem bases para que alguma pessoa ou grupos de pessoas defendam como base para se estabelecer a solidificação de algum sistema quer religioso ou político em todos os segmentos sociais, a Igreja, estabelecida pelo próprio Deus, encontra sua firmeza de ser e de operar no Senhor Ressurreto, no projeto salvífico do Deus criador e salvador e no anúncio a todos os povos das boas novas de paz e de amor.

Rev. Nelson Celio de Mesquita Rocha


Путешествие в Грузию в Марте - Наши путешествия
Acesso: Brazil, Rio de Janeiro, 07/03/2022.