domingo, 30 de novembro de 2025

FECHAMENTO E ABERTURA DE CICLOS NA EXISTÊNCIA BIOLÓGICA

FECHAMENTO E ABERTURA DE CICLOS NA EXISTÊNCIA BIOLÓGICA


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor Presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


A vida humana tem um movimento contínuo na terra, que somente termina com a morte. A morte para os cristãos é o fim da vida biológica, e o início de uma nova vida - a vida eterna. A "parusia" ou a segunda vinda de Jesus será determinante para o novo modo de existir. Esse existir será caraterizado não mais pelo mal, mas pelo bem, para aqueles que não rejeitarem o chamado de Jesus; os que acolheram a graça de Deus revelada em seu Filho Amado.

A existência biológica é marcada por um ritmo que não cessa: ciclos se iniciam, se desenvolvem, completam-se e cedem espaço para novos começos. Nada permanece estático. Desde as células que se renovam incessantemente até as estações que governam a terra, tudo na criação pulsa em um dinamismo que revela uma verdade essencial: a vida é feita de encerramentos e de renascimentos. Assim, é necessário observar alguns pontos desse movimento.

1. O fechamento de ciclos: a sabedoria da conclusão

Encerrar um ciclo não significa fracasso; significa maturidade. Assim como a natureza sabe quando uma folha deve cair para que o galho respire e a árvore renove sua força, nós também precisamos reconhecer os momentos em que algo chegou ao fim. Por exemplo: uma fase emocional, um projeto, uma relação, um desejo ou uma forma de pensar.

A biologia nos ensina que não existem perdas, apenas transições. Até o que morre, transforma-se. O fim de um ciclo biológico não é interrupção da vida, mas parte dela. A conclusão saudável é o que impede a estagnação e preserva a vitalidade.

2. Abertura de ciclos: a coragem do novo

Sobre o fechar um ciclo exige-se discernimento, abrir outro exige-se fé. A semente que rompe a terra, o animal que troca sua pele, o organismo que se adapta ao ambiente — todos nos lembram que a vida se expande quando ousamos iniciar algo novo.

A abertura de ciclos é o exercício da confiança. Por exemplo: confiar em novos caminhos, em novas possibilidades, em novas versões de nós mesmos.

Na existência biológica, nenhum organismo sobrevive sem mudança. Assim também nós: a estagnação é contra a própria lógica da vida. Viver é permitir-se começar de novo.

3. O encontro entre fim e começo

O que parece final é, muitas vezes, germinação. O que parece perda é preparação. O que parece vazio é solo fértil. Biologicamente, nunca há vazio absoluto: há espaço reorganizado para que outra forma de vida floresça.

Bíblica e espiritualmente , esse princípio ecoa com ainda mais força: “Eis que faço novas todas as coisas ” (Apocalipse 21:5). Deus conduz nossa existência com a mesma precisão com que governa a criação. Nada se fecha sem propósito. Nada se inicia sem sentido. Cada ciclo é parte de um desenho maior, onde crescimento, maturidade e transformação se entrelaçam.

4. Vivendo com consciência ciclíca ascendente

A sabedoria está em discernir o seguinte: o que precisa ser encerrado com gratidão, o que precisa ser iniciado com coragem e o que precisa apenas ser acolhido no seu tempo de maturação.

Quando entendemos os ciclos da vida, deixamos de lutar contra o fluxo e começamos a caminhar com ele. E nessa caminhada encontramos paz, propósito e alinhamento com o Criador.

sábado, 29 de novembro de 2025

ÂNSIA E CERTEZA DE VITÓRIA ANTECIPADA

ÂNSIA E CERTEZA DE VITÓRIA ANTECIPADA

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ


Há momentos na jornada da vida em que o coração humano pulsa acelerado, tomado por uma ânsia que não nasce do medo, mas da expectativa. É a inquietação daqueles que sabem que Deus está prestes a agir. A alma se agita, não porque duvida do futuro, mas porque pressente que o futuro já foi decidido na existência de cada pessoa. Essa ânsia não paralisa — ela impulsiona. Não confunde — orienta. Não esgota — fortalece. Isto é o que caracteriza os crentes em Cristo Jesus.

A vitória antecipada é um sentimento que brota na vida daqueles que entendem o caráter fiel do Senhor. Eles caminham com a convicção de que o que Deus prometeu já está consumado, mesmo antes de se materializar. A fé não espera a evidência para celebrar; ela celebra enquanto a evidência ainda está viajando em direção ao tempo presente. Por isso, enquanto muitos enxergam apenas o vale, aqueles que têm essa certeza antecipada já estão contemplando o topo do monte, onde a bandeira da vitória será erguida.

A ânsia pela vitória não é ansiedade — é discernimento espiritual. É o Espírito Santo testemunhando ao nosso espírito que algo grandioso está sendo preparado. É como a alvorada que, antes de romper o horizonte, já ilumina o céu com tons de promessa. O coração que aguarda em Deus sente esse brilho antes que o sol apareça. Sabe que a luta pode ser longa, mas a sentença já foi dada pelo Juiz eterno: “Em todas essas coisas somos mais que vencedores” (Romanos 8:37).

A certeza da vitória antecipada nasce da memória dos feitos divinos. Quem já viu Deus abrir mares, derrubar muros, fechar bocas de leões, acalmar tempestades e ressuscitar sonhos, não pode duvidar do que Ele fará novamente. Há uma confiança que se constroi sobre a fidelidade repetida de Deus. É por isso que o verdadeiro vencedor não espera o fim da batalha para cantar — ele canta dentro dela porque sabe quem luta ao seu lado.

A vitória antecipada também é fruto de rendição. Quando entregamos totalmente nossos caminhos ao Senhor, deixamos de lutar para vencer e passamos a lutar porque já vencemos. A diferença é sutil, mas transforma a história. Quem luta para vencer teme perder. Quem luta porque venceu luta em paz. A alma descansa, embora o corpo batalhe. E esse descanso é um testemunho silencioso de que Deus já decretou o desfecho.

Por fim, a ânsia e a certeza da vitória antecipada são marcas de quem já viu, pela fé, o que os olhos ainda não enxergam. São marcas de pessoas que caminham no invisível como se fosse visível, porque confiam naquele que não falha. O mundo chama isso de presunção; o céu chama isso de fé madura.

Se hoje o coração pulsa com essa ânsia, não tente calá-la. Ela é sinal de que Deus está preparando algo extraordinário. Sendo assim, celebremos antes de ver, adoremos antes de vencer, agradeçamos antes de receber. Porque, na economia divina, a vitória não começa no fim — ela começa no coração que crê.


sexta-feira, 28 de novembro de 2025

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.3:1-6

O ADVENTO, segundo o Calendário Cristão é tempo de reflexão, de espera. Deve haver uma preparação, não somente para as comemorações do Natal, mas para a Segunda vinda de Jesus, no sentido de se operar comportamentos que conduzam a um novo modo de existir na história, segundo a vontade de Deus revelada na Sua Palavra.

O texto do Evangelho segundo Lucas 3:1-16 ensina de modo objetivo que o centro da história, o que dá valor e sentido ao processo dos acontecimentos históricos, não é o poder político mundial, Tibério César; não é o poder religioso e político local, palestinense; nem os pontífices de Jerusalém ou os vassalos de Roma. Mas, a Palavra de Deus que chega a João, filho de Zacarias, no deserto (Lucas 1:80).

Enquanto o poder profano parece incidir em dominação, usurpação, traduzido por exploração aos mais fracos e impotentes, A SALVAÇÃO VINDA DE DEUS É UMA CERTEZA PLENA, que muda a vida das pessoas.

O que as pessoas esperavam dos governantes no tempo de João Batista? Cada vez mais, os pobres ficavam mais pobres; os doentes cada vez mais doentes. Os dominadores e exploradores não davam esperança ao povo sofredor.

Foi nessa época, que a Palavra de Deus correu velozmente; chamando no deserto o mensageiro e fazendo-se ressoar no lugar tradicional dos encontros com Deus, para ser enviando ao povo. A missão de João Batista era a de preparar a vinda do Senhor (Lucas 1:16-17,76). A sua mensagem tem uma natureza e um propósito: um convite sério ao arrependimento, à conversão e uma instrução moral.

À Igreja também foi dada essa missão: preparar o mundo para a segunda vinda de Jesus. Preparar as pessoas para o Batismo e fazê-las congregar diante da Mesa dos eleitos, assumindo o mandato cultural, social e religioso estabelecido por Jesus.

ADVENTO é tempo das pessoas assumirem um compromisso com Deus e mudanças radicais: o anúncio profético, que tinha sustentado a esperança dos deportados do século VI a. C., agora ressoa com um timbre novo: “Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; os caminhos tortuosos serão retificados, e os escabrosos, aplanados” (v. 5).

Um novo caminho foi aberto para a próxima vinda do Senhor. O fim da prepotência e de toda a arrogância vai chegar. É tempo de conversão; é tempo de ADVENTO; de preparação para receber o Senhor que vem.

Mas, é preciso identificar que esse tempo apresenta algumas características.
1. TEMPO MARCADO PELA PALAVRA MOTIVADORA DE DEUS

“A Palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias” (v.1). É, portanto uma Palavra que encontra as pessoas no DESERTO, por exemplo. É uma Palavra que motiva às grandes realizações na história: João saiu a pregar por toda a região do Jordão, o arrependimento.

2. TEMPO CARACTERIZADO PELA PREPARAÇÃO PARA SE VIVER INTENSAMENTE OS VALORES DO REINO DE DEUS

É fundamental haver mudança de mente e de coração. É preciso receber um novo coração, de Deus; regenerado, transformado por Jesus. Também, a prática da fraternidade e da justiça, num contexto caótico, e sem esperança para aqueles que estão vivendo sem a verdadeira vida. Assim, é preciso ter as marcas das bem-aventuranças registras em Mateus 5:1-11, que somente tem os que se preparam hoje para viver a vida com Deus.

3. TEMPO CONSTATADO PELA VISÃO DA SALVAÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

Toda a cegueira tem de ser dissipada. A cegueira espiritual, porque o ser humano que somente existe com fundamento em si mesmo, não pode entender as coisas do Espírito de Deus, pois elas se discernem espiritualmente. E, ser espiritual não quer dizer uma pessoa à parte das outras, ou à parte do mundo, mas verdadeiramente na presença de Deus, praticando os valores do Reino de Amor e Paz, no tempo que se chama hoje. Isto é TESTEMUNHO.

É tempo de ADVENTO, no aqui e agora. E, assim, vivamos uma vida de espera por um mundo melhor, onde o mal vai sendo dissipado, sob a bênção de Deus. Quanto mais a mensagem das Boas Novas vai sendo proclamada, mais o mal vai sendo extirpado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

GRATIDÃO GERA SENSO DE HUMANIDADE

GRATIDÃO GERA SENSO DE HUMANIDADE

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


1 Tessalonicenses 5:18 – “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”

Em um mundo marcado por disputas diversificadas, pressa em excesso e individualismo, tornou-se um grande desafio viver a vida que vale à pena ser vivida. Mas, há uma chave espiritual que restaura o coração humano, purifica as intenções e reacende a sensibilidade perdida: a gratidão.

O apóstolo Paulo afirma: “Em tudo dai graças.” Não é um conselho, é uma convocação divina. Não é uma obrigação, porém, um dever. Porque onde há gratidão, nasce humanidade; onde a gratidão se apaga, nasce a dureza, o egoísmo e a desumanização.
Hoje e em todo tempo, a reflexão sobre como a gratidão molda o caráter da pessoa, cria bons relacionamentos e também a forma de olhar o próximo.

O que a gratidão proporciona pode ser compreendido a partir de alguns pontos, como por exemplo, os que seguem, com a finalidade de se refletir cotidianamente.

1. A GRATIDÃO NOS RECONECTA À NOSSA ORIGEM HUMANA

A gratidão não é apenas um sentimento. É um reconhecimento profundo de que não somos autossuficientes. É por esta razão que o apóstolo Paulo ensinou isso numa igreja perseguida por causa da pregação das Boas Novas, para mostrar que o cristão reconhece a presença de Deus mesmo em tempos difíceis.

Quando alguém diz: “Senhor, graças te dou pelo pouco, pelo muito, pela luta e pela vitória”, demonstra-se que a pessoa não no caminho sozinha, pois reconhece a presença de Deus e que a limitação humana é uma realidade.

A gratidão destroi a arrogância, desmonta o orgulho e nos devolve à humildade de criaturas amadas por Deus. Quem agradece, reconhece; e quem reconhece, humaniza.

2. A GRATIDÃO NOS TORNA PESSOAS MAIS SENSÍVEIS AO PRÓXIMO

A gratidão nos abre os olhos para o que realmente importa. Uma pessoa grata percebe algumas facetas na sua existência: os pequenos gestos, as pessoas invisíveis do cotidiano e as bênçãos que passam despercebidas pela multidão apressada.

Quando somos gratos por aquilo que temos, nos tornamos mais compassivos com quem nada tem. A ingratidão, por outro lado, gera um espírito de cobrança, crítica e insatisfação. Mas a gratidão gera empatia. Quem agradece mais, julga menos. Quem agradece mais, ajuda mais.
* Quem agradece mais, sorri mais. Quem agradece mais, valoriza mais a vida. Sendo assim, a gratidão é um exercício contínuo de perceber o outro como humano, imagem de Deus.

3. A GRATIDÃO NOS TRANSFORMA EM INSTRUMENTOS DE DEUS NO MUNDO

A vontade de Deus para nós é clara: “Em tudo dai graças.” Por que? Porque um coração grato se torna portador de paz. Pois, onde chega, acalma. Onde fala, constroi. Onde pisa, abençoa.

O coração grato é portador de esperança., porque vê a mão de Deus em cada detalhe. É também, portador de testemunho, pois mundo está cansado de reclamação. Mas quando alguém agradece em meio à luta, Deus é glorificado.

A gratidão é um ministério silencioso, mas poderoso. Ela evangeliza sem palavras, cura sem remédios, e transforma ambientes sem imposição. Deste modo, pessoas gratas carregam a beleza de Jesus Cristo em seu comportamento.

A gratidão não é consequência; é escolha. Não nasce das circunstâncias, mas da fé. Quando agradecemos nos tornamos mais humanos, mais sensíveis, mais espirituais, mais parecidos com Jesus. Portanto, que Deus nos ajude a viver uma vida onde a gratidão não seja apenas uma palavra dita, mas um estilo de vida praticado.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

"O SILÊNCIO DO LEÃO É MUITO MAIS ATERRORIZANTE DO QUE O DEBOCHE DAS HIENAS"

"O SILÊNCIO DO LEÃO É MUITO MAIS ATERRORIZANTE DO QUE O DEBOCHE DAS HIENAS"


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


A frase em epígrafe, que se toma para o título deste texto, não foi atribuída a uma figura específica. Parece ser uma frase popular ou uma metáfora sem um autor conhecido. É claro que os animais citados agem segundo os seus instintos. As expressões "aterrorizante" e "deboche" fazem parte da linguagem e do pensamento do ser humano, ao transferir seus sentimentos a esses animais. Sendo assim, pode-se refletir sobre o ensinamento da frase em forma de provérbio, para o cotidiano.

Há momentos na vida em que o mal, a injustiça e a arrogância parecem fazer barulho demais. Os zombadores riem, os opositores debocham, os impiedosos se levantam com aparente força. Parecem hienas celebrando uma vitória antecipada. Mas há um princípio espiritual que nunca falha: o silêncio do Leão é mais poderoso do que todo o ruído das hienas.

É preciso considerar para reflexão alguns aspectos interessantes para vida.

1. O barulho das hienas não define a realidade

As hienas vivem do escárnio. Seu poder está no barulho, na confusão, na ameaça coletiva. Da mesma forma, as afrontas do inimigo são sempre barulhentas — críticas, acusações, zombarias, fofocas, injustiças. Mas o barulho das hienas não muda quem o Leão é. As vozes humanas não alteram o trono de Deus. O deboche do ímpio não reescreve o futuro dos justos.

2. O silêncio do Leão é um tempo de observação e julgamento

Quando um leão está silencioso, ele não está ausente — ele está observando. Quando Deus parece em silêncio, Ele não está inerte — Ele está avaliando, preparando, medindo cada passo.
O silêncio de Deus é sempre estratégico. Há silêncio na paciência divina. Há silêncio no tempo da justiça. Há silêncio na formação do caráter. Diante desse silêncio, o barulho do mal nunca anula o silêncio da soberania.

3. Quando o Leão ruge, tudo muda

O rugido do leão vem no tempo certo. E quando Deus age, o que antes parecia grande se torna poeira. O escárnio das hienas se transforma em pavor. Quem ria cai. Quem zombava se cala. Quem parecia forte perde o fôlego. Porque quando o Leão se levanta, Ele não precisa explicar — Ele apenas coloca tudo em seu devido lugar.

4. A pessoa que exerce a sua fé em Deus não teme o deboche — o crente confia no silêncio

O justo não se apavora com as vozes que riem dele. Ele sabe que o silêncio de Deus não é abandono, mas proteção. Não é omissão, é estratégia. Não é derrota, é preparação para a virada.

As hienas riem porque não entendem o silêncio. Zombam porque não conhecem o Leão.
Debocham porque ignoram o tempo da justiça. Mas o Leão — símbolo da realeza, da autoridade e da justiça divina — permanece no controle. E quando Ele ruge, toda risada maldosa se transforma em silêncio absoluto.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

FELIZES OS OLHOS QUE VEEM E OS OUVIDOS QUE OUVEM

FELIZES OS OLHOS QUE VEEM E OS OUVIDOS QUE OUVEM

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


Sobre a temática proposta acima, não tem como destinatários os que não são portadores de deficiências visual e auditiva, mas a todas as pessoas, indiscriminadamente. Os significados de "VER" e "OUVIR", no ensino de Jesus, querem dizer: "RECONHECER, COMPREEENDER"" e "ATENDER, SEGUIR, OBEDECER".

Jesus declara a Seus discípulos em Mateus 13:16: “Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” Essas palavras revelam um grande privilégio espiritual: a capacidade de discernir, entender e acolher a verdade de Deus. Não se trata da visão física ou da audição natural, mas da sensibilidade espiritual que somente o Espírito Santo concede.

Com o objetivo de haver uma compreensão das palavras de Jesus, faz-se necessário o argumento mediante alguns itens indispensáveis. Com isto, não se tem a intenção de afirmar que as palavras de Jesus sejam difíceis de compreendê-las, mas porque a mente humana apresenta falhas que impedem o entendimento dos ensinos para a verdadeira vida. É bom lembrar que o aprendizado para a vida boa, propaga-se por toda a existência. Sendo assim, observemos os seguintes pontos.

1. OLHOS FELIZES PORQUE ENXERGAM ALÉM DO ÓBVIO

Muitos viram Jesus, mas não O enxergaram. Muitos ouviram Suas parábolas, mas não compreenderam. Ver espiritualmente é perceber a presença de Deus na vida, nos fatos, nas Escrituras e nos sinais do Reino. Quem tem esses “olhos bem-aventurados”, porque percebe a mão de Deus onde outros veem apenas coincidência; discerne o certo do errado, mesmo quando tudo parece confuso; enxerga propósito onde outros só enxergam caos. Esta é a visão que nasceu da fé.

2. OUVIDOS FELIZES PORQUE OUVEM A VOZ DE DEUS EM UM MUNDO BARULHENTO

O mundo fala muito alto sobre vários assuntos, e á opiniões, medos, notícias, filosofias...
Mas os discípulos de Cristo conseguem ouvir algo mais profundo: a voz do Bom Pastor. Ouvir espiritualmente significa: acolher a Palavra, e não apenas escutá-la; obedecer, e não apenas entender; discernir a voz de Deus em meio às vozes humanas. Quem tem ouvidos bem-aventurados não se deixa enganar por falsos ensinos, não se afasta por críticas, nem vacila diante das pressões. Ouve e segue o Senhor.

3. OLHOS E OUVIDOS FELIZES PORQUE RECEBEM REVELAÇÃO QUE MUITOS DESEJARAM TER

Jesus afirma que muitos profetas e justos desejaram ver e ouvir o que os seus discípulos estavam vendo e não viram, ouvindo e não ouviram. Todas as pessoas que creem hoje, participam de um privilégio grandioso: conhecem o Messias revelado; têm as Escrituras completas; tem o Espírito que guia em toda verdade; e, veem o Reino avançando e cumprindo profecias. Assim, tais pessoas são espiritualmente ricas, mesmo quando o mundo as considera pobres.

A verdadeira felicidade não está nos olhos que contemplam paisagens ou nos ouvidos que apreciam sons, mas na capacidade espiritual de perceber a verdade de Deus e responder a ela.

Felizes os que veem Cristo nas Escrituras, nas circunstâncias e no próprio coração. Felizes os que ouvem Sua voz e caminham em obediência. Felizes os que recebem do Espírito Santo o discernimento que transforma tudo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

ALGUMAS PALAVRAS FALADAS DECRETAM O FUTURO

ALGUMAS PALAVRAS FALADAS DECRETAM O FUTURO

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


“Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mateus 12:37).

As palavras não são apenas sons lançados ao vento. Elas carregam intenção, conteúdo espiritual e semeaduras que, mais cedo ou mais tarde, produzem frutos na vida de quem as pronuncia. Jesus alerta que as palavras têm poder judicial diante de Deus: podem justificar ou condenar, abrir caminhos ou travar destinos, construir ou destruir.

Não se trata de poder da mente ou declarações mágicas, mas da responsabilidade espiritual, moral e eterna que cada palavra carrega. E, para se compreender este assunto tão importante para a vida humana, faz-se necessário observar alguns apontamentos com base no texto bíblico.

1. AS PALAVRAS QUE AS PESSOAS PROFEREM REVELAM O ESTADO DO CORAÇÃO

O ensino de Jesus revela um estado da mente humana: “A boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). Jesus afirma com autoridade que as palavras não surgem do nada — são a expressão verbal do conteúdo interior. Por exemplo, quem cultiva mágoas, ressentimentos e incredulidade inevitavelmente fala destruição. Também, quem alimenta fé, submissão e gratidão espalha esperança e vida. Portanto, o futuro que a pessoa cria começa no coração. Mude-se o coração — e a boca mudará.

2. AS PALAVRAS PODEM ABRIR PORTAS OU FECHÁ-LAS

O que está no Livro de Provérbios 18:21 demonstra o poder que tem o poder da língua: “A morte e a vida estão no poder da língua”. Assim, há palavras que constroem futuros: perdão, reconciliação, incentivo e fé. De outra maneira, há palavras que destroem futuros: murmuração, calúnia, soberba e incredulidade. Com isso, o futuro muitas vezes não é definido por circunstâncias, mas por respostas verbais às circunstâncias.

3. PALAVRAS TÊM CONSEQUÊNCIAS SERÍSSIMAS HOJE E NO JUÍZO FINAL

“Por tuas palavras serás justificado… ou condenado” (Mateus 12:37). Isso pode acontecer no aqui e aqui e agora, mas também no juízo final. Jesus mostra que, cada palavra será avaliada — até as ociosas ou frívolas (Mateus 12:36). As palavras funcionam como testemunhas nos tribunais no seio da humanidade, mas principalmente no tribunal divino. Deus ouve não apenas o que dizemos aos outros, mas o que dizemos de nós mesmos.

4. COMO FALAR PALAVRAS QUE DECRETAM UM FUTURO ABENÇOADO

É preciso encha o coração da Palavra para encher a boca da verdade, pois quem vive com Bíblia vazia tem boca vazia. Também, é de suma importância aprender a responder pela fé, não pela emoção. A emoção fala do momento; a fé fala do futuro. Diante dessa realidade, usemos palavras como sementes, pois, toda sentença pronunciada hoje colherá um amanhã correspondente.

Para concluir. Jesus não disse: “Por teus planos serás justificado”, mas “por tuas palavras”. Porque planos podem ficar na mente; mas palavras vão ao mundo, tocam pessoas, afetam realidades,
e chegam até o trono de Deus como registro eterno. O futuro pode não estar em nossas mãos, mas está muitas vezes em nossa boca.

domingo, 23 de novembro de 2025

UMA MENTE CHEIA DE ARROGÂNCIA

UMA MENTE CHEIA DE ARROGÂNCIA


Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis


Neste espaço eu poderia postar uma imagem ou uma mensagem de conforto, bem como outra postagem qualquer, desde que não fosse de encontro às normas de publicação. Mas, preferi escrever e postar algo que ocorre na existência humana de uma forma geral, e que é tremendamente prejudicial: a arrogância.

"Arrogância", deriva-se do do latim "arrogantĭa", que é a qualidade de arrogante. Esta qualidade, por sua vez, refere-se a alguém altivo, petulante ou soberbo.

No livro do profeta Daniel, no Antigo Testamento, consta que o coração do rei Nabucodonosor, havia arrogância. Está escrito: “Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou arrogante, ele foi derrubado do seu trono real e a sua glória lhe foi tirada” (Daniel 5:20). Essa declaração resume uma verdade espiritual profunda e atemporal: a arrogância é o princípio da ruína. Por que?

PRIMEIRO: A ARROGÂNCIA CEGA PARA A REALIDADE DE DEUS E PROMOVE O EGOCENTRISMO

Quando a mente se enche de orgulho, ela perde a capacidade de reconhecer a mão de Deus na vida. Nabucodonosor se acreditava o centro do mundo, autor de sua própria grandeza. Uma mente arrogante deixa de dar glória ao Criador e passa a adorar a criatura — especialmente a si mesma.

SEGUNDO: A ARROGÂNCIA ROUBA A HUMILDADE, A VIRTUDE MAIS ELEVADA

A humildade abre portas, mas a soberba fecha caminhos. O orgulho não permite ouvir conselhos, não admite correção, não se inclina diante da verdade. A arrogância transforma o coração em pedra e impede o arrependimento — por isso Deus a abomina.

TERCEIRO: A ARROGÂNCIA ANTECIPA A QUEDA

Nenhuma estrutura sustentada pelo orgulho permanece de pé por muito tempo.
O texto declara que, quando o coração de Nabucodonosor se elevou, Deus o rebaixou. Toda arrogância é uma afronta à soberania divina, e Deus não divide Sua glória com ninguém. Assim como aconteceu ao rei, toda mente que se exalta caminha inevitavelmente para o colapso.

A arrogância é um veneno silencioso que corroi a alma. Mas Daniel nos lembra que o Deus que abate também é o Deus que restaura. Quando o homem reconhece a soberania do Altíssimo, Ele devolve a dignidade, a razão e o propósito.

Que mantenhamos o coração humilde diante de Deus para que Ele mesmo nos exalte no tempo certo.

sábado, 22 de novembro de 2025

APARIÇÕES DE JESUS? CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS!

APARIÇÕES DE JESUS? CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS!

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ


“Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ele está ali! não acrediteis; Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; para enganarem, se possível, até os escolhidos” (Mateus 24:23-24).

Vivemos tempos em que proliferam relatos de aparições, manifestações sobrenaturais e supostas revelações especiais de Cristo fora das Escrituras. Redes sociais, vídeos sensacionalistas e grupos religiosos exploram o fascínio pelo extraordinário.

Houve relatos de aparições de Jesus na França, especialmente na cidade de Dozulé, que foram amplamente discutidos e negados pelo Vaticano. A mulher que afirmou ter visto Jesus 49 vezes durante a década de 1970, Madeleine Aumont, relatou que Jesus teria ditado mensagens e pedido a construção de uma cruz de 7,38 metros. No entanto, o Vaticano, em uma instrução aprovada pelo Papa Leão XIV, declarou que esses relatos não têm origem sobrenatural e não devem ser considerados como manifestações divinas. O Vaticano também reafirmou que Jesus pode responder às orações, mas não fez aparições especiais em Dozulé.

Mas Jesus foi muito claro: antes da Sua volta, aumentarão os enganos espirituais. E a estratégia do inimigo é simples: parecer Cristo sem ser Cristo. Por isso, Jesus dez uma advertência veemente:
“Não acrediteis!”

UMA PERGUNTA: POR QUE SURGEM “APARIÇÕES” DE JESUS?

Porque há uma fome espiritual sem discernimento. Muitos desejam experiências, mas não desejam a Palavra. E onde a Bíblia desaparece, o engano se instala.

Porque há o fascínio pelo sobrenatural. Sinais e prodígios chamam atenção. Mas, Jesus alerta: os falsos profetas também farão milagres. Milagre não é prova de verdade — doutrina é.

Porque há a indústria da emoção religiosa. Há quem manipule a fé para obter seguidores, dinheiro ou poder.

UMA VERDADE BÍBLICA: O CRISTO QUE VOLTARÁ NÃO APARECERÁ EM LUGARES SECRETOS

Jesus diz que Sua volta não será em uma montanha isolada, em um quarto fechado, em uma visão privada e nem em um profeta iluminado. A volta de Cristo será pública, visível, universal. É como está escrito: “Assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente,
assim será a vinda do Filho do Homem” (Mateus 24:27). Ou seja: se alguém diz que viu Jesus sozinho, é falso. Se é secreto, não é Jesus Cristo.

OUTRA PERGUNTA: COMO IDENTIFICAR FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS?

Eles apresentam um Cristo diferente do Cristo bíblico. Pregam um Jesus ajustado à cultura, ao ego ou ao interesse próprio.

Revelações que competem com a Escritura: toda “aparição” que acrescenta, altera ou substitui a Bíblia é engano. Promessas exageradas e manipulação emocional: o falso profeta promete o que Deus não prometeu.

Sinais sem santidade, milagre sem arrependimento. O inimigo pode imitar sinais; mas não pode gerar nova vida, santidade e verdade.

OUTRA VERDADE: A PROTEÇÃO DO CRENTE É A PALAVRA E O DISCERNIMENTO

Quem conhece a verdade não é enganado pela imitação. Quem vive na Palavra não vive de visões. Quem segue a voz do Bom Pastor não segue a estranhos. O Espírito Santo nos guia não para novas revelações, mas para a compreensão da revelação já dada.

Por fim, é preciso ter alguns cuidados. Cuidado com revelações privadas. Cuidado com profetas que se autopromovem. Cuidado com qualquer Cristo que não seja o das Escrituras. A fé verdadeira não depende de visões, mas da Verdade eterna. Jesus voltará, e quando Ele vier, o mundo inteiro verá. É o que está na Palavra.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

A CONDIÇÃO DO OLHO DIREITO FAZER ALGUÉM TROPEÇAR NA VIDA

A CONDIÇÃO DO OLHO DIREITO FAZER ALGUÉM TROPEÇAR NA VIDA

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ


“Portanto, se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno” (Mateus 5:29).

O "olho direito", utilizado por Jesus no texto citado acima é frequentemente mencionado como um símbolo de visão espiritual e discernimento. É considerado a janela da alma, refletindo a luz interior de uma pessoa. O olho direito é associado à sabedoria e discernimento espiritual, representando a capacidade de ver além das aparências e compreender as verdades mais profundas da vida. Na Bíblia, o olho direito é mencionado como uma metáfora para a percepção espiritual e a capacidade de discernir entre o bem e o mal.

Para entender a condição do "olho direito" fazer alguém tropeçar na vida é necessário alguns pontos que conduzem a uma reflexão para o cuidado que se deve ter no exercício do discipulado.

1. O “Olho Direito” como símbolo da nossa parte mais valiosa

No contexto judaico, o "olho direito" era considerado o mais importante, o mais forte, o mais preciso. Jesus escolhe essa expressão para revelar que os maiores perigos espirituais não vêm das áreas fracas da vida, mas das que parecem mais fortes, nobres e indispensáveis.

É no melhor de nós que muitas vezes mora o pior risco. O que é valorizado, protegido e estimado pode tornar-se um ídolo. Aquilo que achamos intocável pode se transformar em porta de queda. Assim, o “olho direito” simboliza qualquer área que consideramos inegociável, mas que, se não for entregue ao controle de Jesus, pode nos conduzir ao tropeço.

2. Tropeço: o passo que se desvia para um caminho diferente

Quando Jesus fala de “tropeçar”, Ele trata daquilo que desvia o coração, enfraquece a consciência, altera a direção espiritual e apaga a sensibilidade ao pecado. Portanto, tropeçar espiritualmente raramente é uma queda de uma vez. Geralmente, começa com um olhar tolerado, um hábito pequeno, uma área não consagrada, um desejo não vigiado e um afeto não colocado diante de Deus. Por isso, Jesus usa linguagem forte: “arranca e lança fora”, indicando ação decisiva, imediata e radical contra o que ameaça a vida espiritual.

3. Arrancar o olho: o chamado para rompimento radical

É importante destacar que, Jesus não está falando de automutilação física, mas de renunciar a qualquer coisa que impeça a santidade e a comunhão com Deus. “Arrancar o olho direito” implica em alguns significados. Renunciar ao que parece indispensável, mas prejudica a alma. Cortar relações, hábitos, ambientes ou acessos que alimentam o pecado. Sacrificar aquilo que amamos, mas que nos destroi espiritualmente. Colocar a eternidade acima de qualquer prazer momentâneo. Sendo assim, Jesus nos lembra que não vale a pena salvar algo da vida se isso custar a própria vida eterna.

4. Algumas aplicações práticas para a vida do discipulado cristão e também para a humanidade

- Se o “olho direito” é um relacionamento*, e ele afasta de Deus — arranca-o.
- Se o “olho direito” é um hábito secreto, e ele destroi a integridade — lança-o fora.
- Se o “olho direito” é um vício que domina, e tira Cristo do centro — rompa radicalmente.
- Se o “olho direito” é um acesso, um conteúdo, uma prática silenciosa, que leva ao tropeço — é preciso eliminá-lo completamente.

É melhor perder algo nesta vida do que perder a vida na eternidade. Assim, Jesus apresenta um ensino com uma verdade poderosa: perder algo que nos é precioso pode doer, mas perder a alma é irreversível.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

CONSCIÊNCIA HUMANA NA DIMENSÃO EXISTENCIAL

CONSCIÊNCIA HUMANA NA DIMENSÃO EXISTENCIAL

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


Existem alguns movimento que foram criados para conscientizarem a mentalidade humana nas dimensões e extensões nacional e internacional. Esses movimentos estão espalhados por quase todos os continentes do Planeta Terra.

As intenções dos mentores de quem organizou certos movimentos de conscientização, foram e são para desenvolver nas pessoas o respeito que se deve ter entre os seres humanos, de todos os meios e de todas as etnias. Para isso, foram decretados alguns dias do ano, que se configuraram como "feriados". Por exemplo: Dia do Trabalho e do Trabalhador; Dia do Comércio; Dia da Consciência Negra...

Todavia, a consciência humana é um dos maiores mistérios que acompanha a jornada do ser desde os seus primórdios. Ela não é apenas a capacidade racional de interpretar o mundo ao redor; é também o palco onde se desenrolam os dramas interiores, as perguntas que inquietam a alma e o impulso que move o indivíduo em busca de propósito. Na dimensão existencial, a consciência se revela como o espaço sagrado onde o ser humano se percebe, se questiona e se projeta.

A consciência existencial é autopercepção. É o momento em que o indivíduo, ao olhar para dentro, não apenas identifica suas emoções, pensamentos e valores, mas reconhece sua própria fragilidade e grandeza. A consciência interior desperta o confronto com perguntas inevitáveis: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Tais indagações não são apenas filosóficas; são profundamente espirituais, pois levam o ser humano a ultrapassar a superficialidade da vida cotidiana. Essa consciência deveria ser ensinada desde a mais tenra idade, tanto em casa quanto nas escolas; em todos níveis estruturais da educação. A pessoa, antes de aprender as matérias que formam para vida profissional, deveria aprender em todo o tempo a ser humano. Aprender a amar a si mesma e ao próximo, com a finalidade de ser formada uma melhor sociedade.

A consciência humana se manifesta como responsabilidade. Não há existência autêntica sem assumir o peso das escolhas. A consciência não permite neutralidade: ela cobra coerência, exige decisões e revela as consequências. Na dimensão existencial, cada ato carrega significado, cada palavra deixa um rastro, cada intenção molda caminhos. A responsabilidade existencial impede o ser humano de mergulhar na indiferença; ela o chama à integridade, ao discernimento e à ética.

Por fim, a consciência humana é também transcendência. Dentro desse espaço interior, o ser humano percebe que não está completo em si mesmo. Há um anseio que ultrapassa todas as realizações, um eco que chama para além das fronteiras do tempo. A dimensão existencial da consciência aponta para o Divino, para o Eterno, para Aquele que dá sentido ao próprio existir. É nessa consciência ampliada que o ser reconhece que a vida não é apenas sobrevivência, mas vocação; não é apenas movimento, mas propósito; não é apenas tempo, mas eternidade em processo.

Assim, a consciência humana, quando entendida na sua dimensão existencial, não é apenas um fenômeno psicológico, mas uma jornada espiritual. Ela conduz o indivíduo do superficial ao profundo, da inquietação ao significado, da finitude ao Eterno. E somente quando essa consciência se abre para o transcendente é que o ser humano encontra, finalmente, a harmonia entre quem ele é, quem ele se torna e para quem ele vive.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

JOÃO BATISTA COM SUA VESTIMENTA E ALIMENTAÇÃO EXÓTICAS

JOÃO BATISTA COM SUA VESTIMENTA E ALIMENTAÇÃO EXÓTICAS

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


“E João usava uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro; e o seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre” (Mateus 3:4).

No Evangelho segundo Mateus, no texto citado acima, trata de uma personagem bastante conhecida na literatura neotestamentária. Seu nome é João Batista, precursor de Jesus Cristo. Ele usava vestes rudimentares e tinha uma dieta simples, composta principalmente por gafanhotos e mel silvestre. Suas vestes eram feitas de peles de camelo, uma prática comum entre os nômades da época, e seu cinto de couro era usado para segurar a roupa e prevenir o desabamento durante a sua missão profética. A sua dieta simples refletia sua vida de arrependimento e preparação para a chegada do Messias. Também o seu modo de falar incomodava, principalmente os políticos e a liderança religiosa de seu tempo, porque ele falava a verdade, o que custou a sua própria vida.

Atentando-se para a temática proposta, sobre João Batista e sua vestimenta, bem como a sua alimentação, pode parecer até sem sentido escrever sobre isso, no entanto apresenta uma mensagem que precisamos refletir. Até porque não foi registrado por Mateus por acaso. Tem um propósito, e para entendê-lo, faz-se necessário observar os pontos a seguir.

1. A SIMPLICIDADE QUE DESAFIA A CULTURA DO EXCESSO

A aparência de João Batista era um choque para seu tempo. Enquanto muitos líderes religiosos buscavam destaque, luxo, prestígio e visibilidade, João escolheu o caminho da simplicidade radical. Sua vestimenta de pelos de camelo não transmitia status. Seu cinto de couro era funcional, não decorativo.

João nos lembra que o valor do mensageiro está na mensagem, não na aparência. Num mundo profundamente marcado pela ostentação e pela construção de imagens, João proclama que a simplicidade é uma forma de profecia e a renúncia ao supérfluo é um grito contra uma sociedade consumista.

2. A ALIMENTAÇÃO QUE DENUNCIA A DEPENDÊNCIA DESTE MUNDO

Gafanhotos e mel silvestre: uma dieta improvável, exótica, até desconfortável. João não se alimentava dos banquetes de Herodes. Não buscava a mesa dos fariseus, nem o conforto dos ricos da Judeia.

Sua alimentação revelava: dependência total de Deus; resistência às estruturas do conforto; quebra de vínculos com os sistemas de poder; e, liberdade interior para cumprir sua missão.

A comida de João dava um recado para quem anuncia o Reino e não vive movido pelo paladar do mundo. Também, quem prepara o caminho do Senhor não negocia sua fidelidade por conforto.

3. UM ESTILO DE VIDA QUE PREPARA O CAMINHO DE UMA EXISTÊNCIA VERDADEIRA

A vestimenta e alimentação de João não eram apenas detalhes biográficos. Eram parte do sermão, parte da mensagem, parte do impacto. João vestia o que pregava, comia do que pregava e sua vida era coerente com sua missão.

Para Deus levantar uma voz que clama no deserto, João não procurava elegância, status, títulos e aplausos. Mas, ele procurava: integridade, coragem, coerência e abnegação.

João nos chama a uma vida onde o exterior confirma o interior, o estilo de vida confirma a fé e as escolhas diárias anunciam a mensagem que pregamos.

A vestimenta e a alimentação exóticas de João são um convite para todos nós. O que precisamos fazer de modo urgente? Rever prioridades, renunciar à vaidade excessiva. viver com propósito e ser profetas num mundo de distrações.

João preparou o caminho para Jesus Cristo. E quanto a nós? Nós também somos chamados a preparar caminhos com simplicidade, renúncia, vida coerente e com compromisso inabalável com o Reino de Deus.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

VOLTAI À FORTALEZA, OS QUE AINDA TÊM ESPERANÇA

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis)


“Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro” (Zacarias 9:12).

Eis uma ordem diante de tantas consolações vazias, bem como uma promessa de recompensa em dobro. Esta ordem e também a promessa que foram enviadas por Deus ao povo de Israel, por volta do ano 520 a.C., por meio do profeta Zacarias, representam verdades que ecoam no passar dos séculos. E, sendo a Palavra de Deus, atualiza-se no presente e sempre será abordada no futuro.

O que podemos aprender do texto bíblico para os nossos dias é algo que precisamos, pois os dias não são fáceis de se viver. Há um desespero que toma conta de pessoas. Muitos tiram a própria vida por não aguentarem o sufoco.

1. A FORTALEZA COMO LUGAR DE REFÚGIO E RESTAURAÇÃO

A palavra do Senhor, por meio de Zacarias, chama o povo para voltar. Não simplesmente voltar ao templo, nem às rotinas religiosas, mas à fortaleza — ao lugar onde Deus é proteção, segurança e abrigo. Em toda a Bíblia, Deus é descrito como rocha, torre forte, escudo, sombra protetora.
A verdadeira fortaleza não é um prédio, não é uma cidade, não é um sistema. A fortaleza é o próprio Senhor.

Voltar à fortaleza é voltar a: confiar quando tudo parece desabar. Refugiar-se quando as guerras da vida apertam. Descansar quando as forças se esgotam. Essa é a convocação divina: Retornem ao lugar onde a esperança renasce!

2. PRESOS, MAS PRESOS DE ESPERANÇA

Interessante: Deus chama o povo de “presos de esperança”. Não presos por correntes, por sistemas, por inimigos, mas presos pela esperança — ligados, amarrados, imputáveis pela certeza de que Deus ainda está agindo.

A esperança bíblica não é otimismo; não é pensamento positivo; não é esperar que tudo simplesmente dê certo. Esperança bíblica é: crer contra a esperança (Romanos 4:18); esperar com paciência mesmo quando nada muda (Salmo 40:1); confiar no que ainda não se vê (Hebreus 11:1).

O povo estava ferido, disperso, cansado, mas ainda tinha esperança. Nem todo o povo estava preso de esperança, mas ainda existia em muitas pessoas a esperança que não falha. E Deus nunca ignora aqueles que, mesmo machucados, ainda creem.

3. A PROMESSA: “HOJE VOS DECLARO QUE RESTITUIREI EM DOBRO”

A convocação vem acompanhada de uma promessa: “Hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro.” O dobro, nas Escrituras, sempre aponta para: restauração plena (Jó 42:10); justiça divina que compensa perdas; restabelecimento da honra e do propósito.

Deus está dizendo: “Se vocês voltarem para mim, Eu não apenas os receberei… Eu os restaurarei além do que perderam.” É uma palavra para quem perdeu tempo, alegria, oportunidades, forças,
direção e esperança.

O Deus que chama é o Deus que restaura. E o Deus que restaura é o Deus que recompensa em dobro.

Zacarias 9:12 é um convite permanente de Deus para todos nós. Sendo assim, eis o que o próprio Deus diz aos que creem: Volte. Não para trás, mas para Ele. Volte ao refúgio, volte à presença, volte à fonte. Alguém ainda tem esperança — e Deus recompensará essa esperança. A fortaleza continua aberta, e o Senhor continua dizendo: “Volta, filho. Volta, filha. Há esperança. Há restauração. Há dupla porção.”

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A TAMPA DE CHUMBO LEVANTADA E UMA MULHER DENTRO DO CESTO

A TAMPA DE CHUMBO LEVANTADA E UMA MULHER DENTRO DO CESTO

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério e Nilópolis - RJ)


Zacarias 5:7: "⁷ Então foi levantada a tampa de chumbo que cobria o cesto, e eis que uma mulher estava sentada dentro do cesto."

A Bíblia em seus 66 livros apresenta muitas vezes uma linguagem simbólica. Para entendê-la, faz-se necessário ter conhecimentos da exegese e da hermenêutica, por exemplo. Mas, Também conhecer a língua hebraica e e grega, como o aramaico, mas acima de tudo possuir a iluminação do Espírito Santo. Um outro ponto importante é ler bons comentários de pessoas que foram muito além de nós como estudiosos da Sagrada Escritura. Não devemos desprezá-los.

A visão do profeta Zacarias é profunda, simbólica e cheia de juízo divino. Ele vê um "efa" (cesto de medidas), uma "mulher dentro", e uma "tampa de chumbo" sendo removida e recolocada. A cena revela o modo como Deus trata o pecado institucionalizado, aquilo que se torna sistema, cultura e prática coletiva.

Zacarias não está descrevendo apenas um ato de injustiça pontual, mas um tipo de mal que se organiza, se acomoda e se torna parte da vida social, até que Deus decide expô-lo e removê-lo.

É preciso entender algumas premissas.

1. A TAMPA LEVANTADA — O PECADO OCULTO É REVELADO

Quando o anjo levanta a tampa de chumbo, Zacarias vê o que estava dentro: “Esta é a iniquidade”. Deus levanta a tampa. Deus expõe. Assim, muitos pecados permanecem aparentemente controlados, escondidos sob a tampa pesada do silêncio, da conveniência e da normalidade social. O chumbo representa o peso da tentativa humana de encobrir o mal. Mas o Deus que tudo vê levanta a tampa e mostra o que está dentro do coração, das instituições, das casas e até das religiões.

A aplicação aplicação se faz necessária não somente para a época de Zacarias, mas também para hoje. Nenhum pecado encoberto permanecerá oculto para sempre. Deus tem seu tempo de levantar a tampa, mostrar o conteúdo e revelar o que se tentou esconder.

2. A MULHER DENTRO DO CESTO — A PERSONIFICAÇÃO DO MAL SISTÊMICO

A mulher não é uma pessoa literal, mas a representação da “iniquidade”. Por que uma mulher? Na linguagem profética, figuras femininas muitas vezes simbolizam cidades, nações ou sistemas espirituais (Babilônia, Jerusalém, Samaria, Sião, etc.). Aqui, ela representa a maldade que se instala e se torna confortável, como quem mora dentro de um recipiente feito para medir comércio — ou seja: corrupção nos negócios, injustiça nos relacionamentos, falsidade social, desonestidade institucional.

O mal se acomoda. Ele ganha forma. Ele ganha espaço. Ele ocupa o cesto — símbolo da economia, da vida cotidiana e das estruturas humanas.

A aplicação é que o maior perigo não é o mal ocasional, mas o mal institucionalizado, naturalizado, aceito como parte do sistema. É quando a iniquidade se senta dentro do cesto e faz dali a sua casa.

3. A TAMPA DE CHUMBO RECOLOCADA — DEUS LIMITA, CONTÉM E JULGA A MALDADE

Após ser revelado, o mal não fica solto: “Ele lançou-a dentro do efa e pôs a tampa de chumbo sobre a boca do efa”.

Primeiro Deus expõe. Depois Deus contém. Por fim Deus julga (v. 9–11), levando o mal para longe, para a terra de Sinear, símbolo de Babilônia — o lugar de sua origem. Sendo assim, Deus não apenas revela o mal do povo. Ele também: o identifica, o restringe, o remove e o envia de volta às trevas de onde veio.

Quando Deus decide agir, Ele fecha a tampa! O mal perde sua liberdade, sua influência e seu espaço. Deus é soberano para julgar e purificar.

A visão do cesto e da tampa de chumbo nos lembra que: Deus expõe o oculto — nada fica escondido. Deus desmascara o mal que se instala como sistema. Deus intervém, limita e remove a iniquidade do meio do Seu povo.

Que esta visão nos leve a orar por discernimento, vigilância e santidade, pedindo a Deus que levante a tampa onde for necessário, mas também que a feche sobre toda obra das trevas.

domingo, 16 de novembro de 2025

VESTIMENTAS SUJAS POR LIMPOS E FINOS TRAJES

VESTIMENTAS SUJAS POR LIMPOS E FINOS TRAJES

Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha (Pastor presbiteriano, membro do PNIL - Presbitério de Nilópolis - RJ)


Livro do Profeta Zacarias 3:4: "Tomou este a palavra e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de finos trajes."

Faz parte da higiene trocar de roupa depois de um banho. Não é um hábito, mas uma necessidade. É um comportamento que se aprende desde a mais tenra idade. Por isso, nem é preciso tecer comentários sobre este assunto.

Percebendo o texto citado acima, bem como o seu contexto que deve ser levado em conta para um melhor entendimento, a visão de Zacarias apresenta uma cena impressionante: Josué, o sumo sacerdote, está diante do Senhor, mas "vestido com roupas sujas". Sem dúvidas, é uma imagem perturbadora, porque o sacerdote, segundo o Antigo Testamento, deveria estar sempre limpo diante de Deus.

Mas essa é a forma como Deus revela a condição humana — mesmo aqueles chamados ao serviço sagrado podem se ver marcados por falhas, limitações e culpas. No entanto, a mensagem do texto não é condenação, mas restauração.

Deus ordena: “Tirai-lhe estas vestes sujas... e vestirei de vestes finas.” Deus que troca vestimentas sujas por limpos e finos trajes. Para entender a proposta desta reflexão, é importante observar alguns pontos.

PONTO 1 — A CONDIÇÃO REAL: VESTES SUJAS DIANTE DE DEUS

Josué, na sua função sacerdotal, representa o povo e, ao mesmo tempo, representa cada um de nós. Ele está diante do Senhor, mas com roupas impuras, o que simboliza: culpa acumulada, o peso dos erros, a contaminação espiritual e a incapacidade humana de se purificar por si só. E, mesmo servos sinceros podem se encontrar assim — desgastados, manchados pelas batalhas da vida, marcados por tentações vencidas e perdidas.

Que lição pode-se tirar? Antes de Deus nos vestir, Ele nos revela nossa real condição. Isso Deus faz não para nos envergonhar, mas para nos transformar. Portanto, é preciso ver as vestes sujas, que é o primeiro passo para experimentar a renovação de Deus.

PONTO 2 — A INTENÇÃO DIVINA: DEUS ORDENA A REMOÇÃO DAS VESTES SUJAS

No texto, Deus não manda Josué se limpar. Deus ordena aos ministros celestiais: “Tirai-lhe estas vestes sujas.” Isso nos ensina que: a obra da purificação é divina, não humana. Deus é quem toma a iniciativa da renovação. Ele não exige que o pecador se apresente perfeito, mas que se apresente. Aqui aparece também o grande obstáculo: o acusador. Satanás está ali tentando impedir a restauração. Mas Deus intervém: “O SENHOR te repreende!”

Outra lição desta reflexão com base no texto: o diabo acusa; Deus restaura; o diabo aponta nossas manchas; Deus já prepara novas vestes; a graça de Deus silencia toda acusação. Sendo assim, não deixemos que a voz da acusação seja mais forte que a voz da graça. Se Deus ordena a remoção das vestes sujas, ninguém pode impedir.

PONTO 3 — A OBRA COMPLETA: DEUS NOS VESTE COM TRAJES FINOS

Depois da remoção das vestes sujas, Deus declara: “Tenho feito passar de ti a tua iniquidade.” Primeiro Deus limpa, depois Deus veste. É assim que Ele age: remove a culpa, apaga a acusação, restaura a dignidade e reveste com justiça e pureza. O que as “vestes finas” representam? A salvação (Isaías 61:10), a justiça de Cristo (Apocalipse 19:8), a honra espiritual renovada e a aceitação no culto e no serviço.

Deus não apenas nos tira do campo da vergonha, Ele nos coloca no campo da honra. Ele não apenas perdoa; Ele restaura. Ele não apenas limpa; Ele reveste.

Mais outra lição, fazendo-se uma conexão com o Novo Testamento: em Cristo, não apenas somos perdoados — somos revestidos. A restauração divina é completa. Assim, é preciso permitir que Deus finalize a obra: não apenas tirar as manchas, mas nos revestir com nova identidade, novo caráter e novo propósito.

A visão de Zacarias revela a essência daquilo que a Bíblia como Palavra de Deus demonstra: Deus troca nossas vestes sujas por limpos e finos trajes. Ele revela nossa condição. Ele remove nossa sujeira. Ele nos reveste com Sua justiça. Isto significa que a obra de Deus não é superficial — é profunda, transformadora e gloriosa.

Por fim, que possamos nos colocar diante do Senhor assim como Josué: sem esconder manchas, mas confiando que Aquele que chama também restaura. E que cada um de nós saia da presença de Deus não com roupas remendadas e sujas, mas com vestes finas, dadas pela graça que nos alcança.

UM CÂNTICO DE VITÓRIA QUE ECOA NA HISTÓRIA

UM CÂNTICO DE VITÓRIA QUE ECOA NA HISTÓRIA Rev. Nelson Célio de Mesquita Rocha No Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1:46–56, consta o ...