terça-feira, 4 de novembro de 2025

COBRINDO A NUDEZ EM TEMPO DE AMORES
Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha


“Passei por ti, olhei-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti o manto, e cobri a tua nudez; dei-te juramento, entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus, e tu ficaste sendo minha.” (Ezequiel 16:8)
Vive-se em uma época em que a nudez passou com muita intensidade a ter prioridades nos meios de comunicação. Muitos ganham fama e dinheiro ao colocarem seus corpos à exposição pública. Houve um tempo em que qualquer ato de nudez era mais discreto. Filmes de nudez que passavam no cinema eram proibidos para menores de 18 anos. Hoje, a nudez é vista por todas as idades. Existem muitas pessoas que aplaudem os atos de nudez, e chegam a dizer que "o que bonito é para se mostrar". O pior é que tal proceder faz viralizar também a exposição infantil, gerando uma sociedade com redes de pedofilia. E, por mais que se combata a pedofilia, mais surgem segmentos que promovem tal violência usando crianças.
Criou-se a palavra "nudes" para tornar mais atraente as exposições de nudez.
A palavra "nudes" refere-se a fotos ou vídeos de uma pessoa nua ou seminua, geralmente enviados de forma privada para outra pessoa. O termo vem do inglês, que significa "pelado" ou "sem roupa", e se popularizou no Brasil com a expressão "manda nudes". Além disso, "nudes" pode descrever qualquer imagem que mostra partes do corpo humano, geralmente com o intuito de exibir a nudez e/ou a sensualidade.
O capítulo 16 de Ezequiel citado acima é uma das mais belas metáforas do amor de Deus. Ele retrata Jerusalém como uma mulher abandonada, encontrada por Deus, cuidada e amada.
O verso 8 é o ápice desse amor redentor — o momento em que Deus cobre a nudez e estabelece uma aliança.
Em tempos em que o amor se tornou interesseiro e passageiro, esse texto nos lembra do amor fiel, restaurador e comprometido de Deus.
Vejamos alguns apontamentos sobre o texto bíblico:
1. O OLHAR QUE VÊ O INVISÍVEL
“Passei por ti, olhei-te… ”Deus passa e vê.
Enquanto todos desviam o olhar da miséria, Deus a encara com compaixão.
Ele não vê apenas a aparência, mas o potencial, o que pode ser restaurado pelo Seu amor.
* Deus vê o valor escondido sob as feridas.
* Vê também o coração que pode ser curado.
* Por derradeiro vê a alma que ainda pode florescer.
O olhar de Deus é o início de toda transformação.
2. O MANTO QUE COBRE A VERGONHA
“Estendi sobre ti o manto e cobri a tua nudez…”
Na cultura hebraica, cobrir com o manto era símbolo de proteção, compromisso e casamento.
Foi o que Boaz fez com Rute (Rute 3:9).
Assim também Deus faz conosco: Ele cobre o que o pecado expôs.
* Onde havia vergonha, Ele coloca dignidade.
* Onde havia culpa, Ele coloca perdão.
* Onde havia medo, Ele coloca segurança.
O manto de Deus é a graça que cobre a nossa nudez espiritual.
Em Cristo, fomos revestidos de justiça (Isaías 61:10).
3. A ALIANÇA QUE TRANSFORMA A HISTÓRIA
“Dei-te juramento, entrei em aliança contigo... e tu ficaste sendo minha.”
O amor de Deus não é passageiro. Ele é aliança.
Quando Ele diz “tu és minha”, Ele está selando um compromisso eterno.
Essa aliança é o centro do Evangelho:
* Deus não apenas nos perdoa, Ele nos adota.
* Não apenas nos limpa, Ele nos ama.
* Não apenas nos vê, Ele nos chama de Seus.
Em Cristo, pertencemos a Deus — e nada pode romper essa aliança de amor.
Ezequiel 16:8 é o retrato do evangelho em forma de poesia.
O Deus que passou por nós não nos rejeitou, mas nos cobriu.
Hoje, Ele ainda passa — pelas ruas, pelas igrejas, pelas vidas despedaçadas — procurando corações a quem possa dizer: “Tu és minha.”
Uma aplicação do texto bíblico para hoje e para qualquer época:
* Deixe Deus cobrir suas vergonhas com o manto da graça.
* Viva com gratidão, como quem foi encontrado e amado.
* Estenda o mesmo manto sobre os outros — o amor que cobre multidão de pecados (1Pedro 4:8).

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