TARIFAÇO ESPITIRUAL
Um fenômeno antigo e que se desenvolve no contexto religioso no percurso do tempo
No contexto religioso ao longo do tempo sempre ocorreram fenômenos que causam perplexidades. Dentre os muitos fenômenos se destaca nesta reflexão o "Tarifaço Espiritual".
Sabe-se que há líderes religiosos que cobram para fazerem orações e também profecias ou adivinhações.
Em relação ao texto bíblico indicado acima é importante observar alguns pontos de um fato histórico que ocorreu na existência do povo de Israel.
O reino estava dividido entre sabedoria e soberba. Roboão, filho de Salomão, herdou um povo cansado de impostos e trabalhos forçados. Eles pediram alívio. Mas Roboão, ouvindo os conselhos dos jovens e desprezando os dos anciãos, respondeu com dureza: “Meu pai vos castigou com açoites, eu porém vos castigarei com escorpiões.”
Na história de Roboão, encontramos mais do que política — vemos a dinâmica do coração humano e da liderança espiritual quando ela perde o espírito de serviço.
Hoje, muitos vivem sob um "tarifaço espiritual": uma fé cheia de cobranças, culpas e exigências humanas que sufocam o evangelho da graça.
Vejamos algumas observações sobre a proposta temática que é a do "Tarifaço Espiritual", que a própria Escritura Sagrada não deixa passar sem haver uma crítica séria.
I – O tarifaço começa quando o líder deixa de ouvir (v. 6–8)
Roboão ouviu os anciãos, mas não escutou. Ele consultou, mas não considerou.
O conselho sábio era: “Se hoje te fizeres servo deste povo...” — mas ele quis ser senhor, não servo.
Assim também acontece quando a liderança espiritual perde o ouvido pastoral, por exemplo, surgem algumas facetas de cunho negativo e que destroi vidas.
- Quando a vaidade fala mais alto que a compaixão.
- Quando a autoridade é usada para dominar, e não para servir.
Assim, o tarifaço começa no silêncio da escuta, quando o coração se fecha à sabedoria de Deus e às dores do povo.
II – O tarifaço aumenta quando o poder vira prova de fé (v. 10–11)
Os jovens disseram: "Diz-lhes: meu dedo mínimo é mais grosso que os lombos de meu pai."
Era o símbolo da competição e do poder.
Hoje, há quem pregue que fé é força, sucesso, domínio — e quem sofre é taxado de “fraco”.
Esse é o tarifaço espiritual moderno: medir espiritualidade por desempenho. Quais são as implicações?
- Se não prospera, é porque não tem fé.
- Se adoece, é porque não orou o suficiente.
- Se tropeça, é porque Deus te abandonou.
Mas Jesus veio quebrar esse jugo.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28)
Onde Cristo reina, a graça é gratuita — não há escorpiões no evangelho.
III – O tarifaço termina em divisão e fuga da presença de Deus (v. 16–19)
O povo respondeu: “Que parte temos nós com Davi?” — e foram embora.
Quando o jugo é pesado demais, o povo foge.
Assim também, quando a igreja impõe pesos que Deus não mandou, as almas se dispersam.
O tarifaço espiritual produz cisões, frieza e deserção.
Mas, parece que há, e de fato existe mercado para tais ações que são fenomenais no universo religioso.
Mas onde há humildade, nasce reconciliação. Onde há graça, há comunhão. O Espírito Santo reúne o que o orgulho separa.
Por fim, seguem alguns apontamentos conclusivos:
- Líderes: O chamado não é para cobrar fidelidade, mas servir com misericórdia.
- Crentes: Não aceitem um evangelho que vende o favor de Deus.
- Comunidades: O Reino não é mercado, é mesa.
E à mesa da graça, ninguém paga entrada — todos são convidados.
Roboão aumentou o jugo e perdeu o reino.
Jesus, o verdadeiro Filho de Davi, tomou sobre si o jugo do pecado e ganhou o Reino eterno.
Onde Roboão oprimiu, Cristo libertou.
Onde Roboão dividiu, Cristo uniu.
Onde Roboão cobrou, Cristo pagou.
Disse Jesus: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:30)
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