terça-feira, 4 de novembro de 2025

O PROFESSOR OU A PROFESSORA NÃO TEM A NATUREZA DO ESPINHEIRO

Uma reflexão bíblica sobre a natureza de quem foi chamado ou chamada para ensinar
Prof. Nelson Célio de Mesquita Rocha
Texto bíblico: Juízes 9.8-15

O mal está sempre querendo reinar. Parece até que o mal tem a primazia sobre o que é bom.
O mal faz ecoar mais a intensidade das notícias do que os bons acontecimentos do cotidiano.
Geralmente as pessoas comentam mais sobre as facetas negativas das pessoas do que as suas características excelentes. Há muitos que pensam ser isso por causa da inveja. Há pessoas que não suportam o sucesso de outras.
Assim, surge a pergunta: Por que isto tem de ser assim?
A Bíblia não esconde os erros das pessoas. E, no texto bíblico de Juízes 9: 8-1 há uma faceta negativa de um membro de uma família importante da Casa de Israel. Abimeleque, que procurou se estabelecer como um rei cananeu com a ajuda de Baal (v.4), formando um nítido contraste com seu pai Gideão que insistira ser o Senhor o Rei de Israel.
Abimeleque tentou reavivar os costumes cananeus no próprio lugar em que Josué anteriormente reafirmara a lealdade de Israel ao Senhor (Js 24.14-27). Em todos os aspectos, Abimeleque era a antítese dos juízes nomeados pelo Senhor.
O texto lido é uma fábula, nas quais objetos inanimados falam e agem. E, Jotão, do alto de um monte, profere em alta voz a fábula com uma mensagem poderosa.
A oliveira, a figueira e a videira eram plantas que produziam frutos de grande importância para os povos do Oriente Médio.
Já o espinheiro, provavelmente um conhecido arbusto farpudo comum nas colinas da Palestina era uma ameaça constante à agricultura. Nada produzia de valor e servia de figura apropriada para Abimeleque.
Assim, o texto bíblico transmite algumas lições e alguns contrastes fundamentais para o dia do professor. É um dia para se refletir, embora em todos os dias aqueles que têm a o dom e recebem a missão de ensinar em suas diversas áreas, exerçam em todo tempo de suas vidas esse dom que maravilhoso.
Quais são as lições que o texto nos ensina?
1. O ESPINHEIRO FERE, MAS O PROFESSOR CURA
Alguém sempre precisa de um professor. O mundo sempre precisa de um professor. As pessoas em particular precisam de um professor.
O professor cura os ferimentos produzidos pela ignorância provocada. O professor é como o azeite da oliveira: purifica as veias do coração.
Educação é geradora de vida. Ainda que o nosso País não dê o devido valor ao Professor, mesmo assim, é preciso educar.
2. O ESPINHEIRO CAUSA AMARGOR, MAS O PROFESSOR DOÇURA
A doçura do ensino gera a doçura do aprendizado. Quantos já disseram: "quero ser igual meu professor ou professora".
Houve momentos em que professores agiram como a doçura da figueira: uma doçura que não provoca o diabetes.
Há momentos da existência que são amargos, mas diante de um profundo ensino, a alegria de viver tomou conta do ser.
3. O ESPINHEIRO CAUSA TRISTEZA, MAS O PROFESSOR ALEGRIA
Quem nunca viu o sorriso de uma senhora ou um senhor com idade avançada que não sabia ler e aprendeu a ler com um professor! É algo contagiante.
O ensino do professor é formação para a vida e não simplesmente para transmitir conhecimento.
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. (Paulo Freire)
Pode haver professores que são parecidos com os espinheiros: ferem, sem doçura e alegria. Mas, o verdadeiro professor ou professora exercem a cura, cumprem com doçura e alegria a missão de ensinar, ainda que muitos não sejam honrados pelo que realizam.
Deve-se agradecer o professor ou a professora pelo ensino que se esmeraram em transmitir. Deve-se honrá-los em todo tempo de suas vidas.
Feliz dia do Professor e da Professora!

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